Devido à quebra de rotina e a obrigatoriedade de conviver 24 horas no mesmo espaço físico, considerou hoje Júlia Quitócua, no Conversas sobre Covid-19 no CIAM.

Segundo a directora Nacional dos Direitos da Mulher, Igualdade e Equidade do Género, que interagia com internautas sobre “Covid-19 e a importância da denúncia em casos de violência”, neste momento, dados provisórios, a instituição recebeu 567 denúncias de casos de violência doméstica entre 27 de Março e 22 de Maio de 2020.

Júlia Quitócua acredita que é possível evitar a violência doméstica e apelou às vítimas a terem a cultura da denúncia, pois dos números avançados 486 foram de mulheres, daí a necessidade de trabalhar com elas para mais denúncias e também com os homens para que estes mudem seu comportamento na relação parental.

Referiu que as autoridades vão continuar a prevenir e combater as crescentes taxas de violência contra as mulheres durante a crise da Covid-19, embora haja também contra homens, adoptando medidas mais fortes, como campanhas de sensibilização e denúncia.

De acordo com a responsável, nesta fase, recomendam-se o desenvolvimento de novos protocolos para fornecer apoio através das plataformas telefónicas ou internet, expandindo os serviços de resposta imediata para salvar vidas e garantir a adopção de medidas para evitar a discriminação de género, a violência baseada em todos os planos.

Justificou a estatística provisória do período do Estado de Emergência e agora da Situação de Calamidade Pública que tem a ver com mudança de rotinas, além de chefes de família terem sido enviados a outras zonas em serviço (militares) e terem atrasado a assistência aos filhos.