A empresa Marsiris prevê, a partir do mês de Abril, colher numa área de 5.000 hectares, localizada no município do Lukembo, na província de Malanje, cerca de 40 mil toneladas de arroz para abastecer o país.
O anúncio foi feito quinta-feira, em Luanda, pelo director da empresa, Sr Li Yun, que participou num encontro que o ministro da Agricultura e Florestas, António Francisco de Assis, manteve com o director executivo da multinacional chinesa Yuan See Company Limited, Yao Zhenqiu.
Na ocasião, o gestor realçou que a firma conta com uma área de 600 hectares no município de Lukembo, onde está a produzir sementes de arroz que estarão também à disposição do mercado.
Sr Li Yun avançou que a empresa, de direito angolano, está a desenvolver um programa cujo foco é o fomento à produção e fornecimento interno. Neste âmbito, o objectivo é atingir aquilo que são os objectivos do Executivo, que é abastecer o país internamente e posteriormente abrir portas para o mercado externo.
O foco da empresa, destacou Sr Li Yun, é plantar, até ao final deste ano, cerca de 6.000 hectares de arroz, em parceria com a multinacional chinesa Yuan See Company Limited, uma das maiores empresas mundiais na produção de arroz.
Nesta primeira fase da colheita de sementes, a empresa Marsiris já investiu cerca de cinco milhões de dólares.
"As enxurradas que caíram na província de Malanje atrasaram o processo, mas em Abril conseguiremos atingir a primeira colheita”, frisou, depois de avançar que a empresa emprega directamente um total de 300 trabalhadores.
"Muitas pessoas não acreditam ainda no potencial que o mercado nacional pode ter, mas a produção de arroz já existe em Angola”, assegurou Li Yun.
A Marsiris tem um programa ligado à capacitação e formação das famílias camponesas, com o objectivo de vê-las a desenvolver também a cultura do arroz.
O fornecimento das sementes será atribuído a várias classes de camponeses, com vista a promover no mais curto espaço de tempo uma produção em grande escala.
A parceria com a empresa líder mundial em engenharia e produção de sementes de arroz poderá garantir alto rendimento, mas também apoiar a investigação científica em Angola e fornecer suporte técnico e treinamento aos pequenos produtores um pouco por todo o país.
Garantir a auto-suficiência
O director-geral do Serviço Nacional de Sementes, Augusto Caetano da Silva, que participou na reunião, disse que no mercado existem quatro empresas nacionais e estrangeiras que se dedicam à produção de sementes de arroz, com o objectivo de garantir arroz de qualidade e tornar o país autosuficiente.
Realçou que as empresas produtoras de sementes estão localizadas nas províncias de Malanje, Lunda-Sul e Moxico. No âmbito dos vários programas do Executivo, nomeadamente o de fomento agrícola e a cultura de arroz, pretende-se que estas empresas produzam e garantam sementes de qualidade.
A empresa Marsiris, destacou, trouxe para Angola um número considerável de variedades de sementes e sugere que as mesmas sejam testadas cá.
Augusto Caetano da Silva realçou ainda que a empresa tem dado provas em alguns países de África, como são os casos do Ghana e Madagáscar, onde as suas variedades têm tido em média uma rentabilidade de quatro a oito toneladas por hectare.
Estes indicadores são uma mais-valia para o mercado nacional , que tem necessidade de aumentar a produção de arroz.
O ministro da Agricultura mostrou-se aberto aos parceiros. A nossa instituição pretende apoiar a empresa para que possa trazer esta experiências ao país, frisou.