Revelou ontem o director-geral da unidade, Francisco Domingos.
Segundo o responsável, antes da pandemia covid-19 as mortes variavam entre quatro a cinco por dia, mas desde o dia 7 de Junho, os números oscilam entre sete a nove mortes diária.
No dia 9 deste de Junho, registou-se a morte de seis crianças que estiveram em menos de seis horas na unidade hospitalar.
Falando em conferência de imprensa, para clarificar a informação que circula nas redes sociais e em órgãos de Comunicação Social, Francisco Domingos, fez saber que há três dias notou o aumento do número de doentes internados e de óbitos ao nível do serviço de urgência.
Entre as patologias constam complicações de anemia de células falciformes, meningites, complicações de infecção por VIH, malária grave, febre tifóide, infecção do recém-nascido, asfixia de recém-nascido, hidrocefalia grave, anemia severa, mal formações múltiplas e perfuração dos intestinos.
De acordo com o responsável da referida unidade hospitalar, anteriormente o hospital registava um atendimento diário que variava entre 400 e 500 crianças, sendo que hoje varia entre 70 a 150 crianças.
Quanto ao internamento, informou que os números mantém-se próximo das 50 crianças e o conta com 422 camas.
Até ao momento, segundo o gestor, cerca de 30 testes de covid-19 feitos a crianças na unidade hospitalar deu negativo, sendo que outros ainda encontram-se em processamento.
Francisco Domingos disse que em alguns casos as crianças chegam ao hospital num estado clínico de extrema gravidade e a equipa tem redobrado os esforços para salvá-las, mas algumas chegam a falecer.
Afirmou que o hospital está preocupado com a situação e que as suas estruturas e a comissão de auditoria estão a trabalhar para conhecer as causas, algo abordado nas reuniões de passagem de serviços, discussão dos casos de óbitos, com uma ficha que permite fazer a discussão de forma estruturada.
Assegurou que há uma comissão de avaliação de óbitos que está a avaliar de forma individualizada as causas dos óbitos e em primeira instância as causas dos óbitos são diversificadas.
“Não há uma causa específica, são várias causas. Não há uma faixa etária específica, também não tem uma localidade específica”, frisou.
O director apelou ao isolamento social, tomar as medidas de prevenção individual e colectiva para fazer face à covid-19, principalmente em Luanda. “Se a criança tiver febre ou outro sintoma tem necessariamente de ir a uma unidade hospitalar.
Considerou importante que as crianças que devem ser vacinadas e também devem cumprir com o seu calendário de vacinação para prevenção das doenças infecciosas que predominam no país.
Cuidar dos alimentos, lixo e reservatório da água para prevenção das doenças e ter a capacidade de identificar precocemente as doenças.