A Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, procede, esta quarta-feira, na Tenda da Marginal, à abertura do Fórum de Diálogo “Mulheres e Jovens Mulheres na Ciência em Angola”, numa realização conjunta dos Ministérios do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação e da Educação.
Realizado em alusão ao "Março Mulher”, e ao Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência, assinalado no dia 11 de Fevereiro, o fórum visa promover concertação de ideias, através de partilha de informações e experiências, sobre as melhores formas de aproveitar o contributo que a mulher angolana tem dado no campo da ciência, em linha com os Objectivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pela Agenda 2030 das Nações Unidas e pela Agenda 2063 da União Africana.
Assinalar os avanços que o país tem registado no domínio da ciência e da tecnologia, dando especial ênfase ao contributo das mulheres e jovens mulheres neste domínio, são, igualmente, objectivos do fórum. A 22 de Dezembro de 2015, a Assembleia Geral das Nações Unidas estabeleceu o 11 de Fevereiro como o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência, comemorado anualmente, para reconhecer o papel fundamental exercido pelas mulheres e pelas meninas na ciência e na tecnologia, por meio da Resolução A/RES/70/212.
A efeméride é assinalada pela UNESCO e pela ONU-Mulheres, em colaboração com instituições e parceiros da sociedade civil que têm como objectivo fomentar o papel de mulheres e meninas na ciência. Este dia é uma oportunidade para promover, de forma plena e igualitária, o acesso à ciência e à participação de mulheres e meninas nessa área.
A igualdade de género é uma prioridade global da UNESCO, além do apoio a jovens meninas, sua formação e suas habilidades plenas para fazer com que as suas ideias sejam ouvidas impulsionam o desenvolvimento e a paz.
Enfrentar alguns dos maiores desafios da Agenda para o Desenvolvimento Sustentável – que vão da melhoria da saúde ao combate às mudanças climáticas – dependerá do aproveitamento de todos os talentos, considera a UNESCO. Isso, acrescenta, significa fazer com que mais mulheres trabalhem nessas áreas.
"A diversidade na área de pesquisa amplia o grupo de pesquisadores talentosos, trazendo novas perspectivas, novas aptidões e criatividade”, considera a agência da ONU, numa nota sobre o 11 de Fevereiro. "Este dia lembra-nos que mulheres e meninas desempenham um papel essencial nas comunidades de ciência e tecnologia e que, por isso, sua participação deve ser fortalecida”.
Factos e dados
Embora as áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM, na sigla em inglês) sejam amplamente consideradas fundamentais para as economias nacionais, até ao momento, a maioria dos países, independentemente do seu nível de desenvolvimento, não alcançou a igualdade de género nas áreas de STEM, sublinha a UNESCO.
Apesar da escassez de habilidades nas áreas tecnológicas que actualmente impulsionam a Quarta Revolução Industrial, as mulheres ainda representam apenas 28% dos estudantes formados em Engenharia e 40% dos graduados em Ciência da Computação e Informática, de acordo com o próximo Relatório de Ciências da UNESCO, cujo capítulo sobre género na ciência, intitulado "To be Smart the Digital Revolution will Need to be Inclusive”, mostra que mulheres cientistas de carreira ainda enfrentam preconceito de género.
"Para que seja inteligente, a revolução digital deverá ser inclusiva”, defende a agência da ONU, sublinhando que essa ideia está no seu relatório "Science Report: the Race against Time for Smarter Development”.