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Comboio do CFM retoma viagens a Menongue

  12 May 2020

Comboio do CFM retoma viagens a Menongue

No regresso, 72 dias após a suspensão por conta da Covid-19, a composição seguiu viagem às 9h30, a partir da estação de terceira classe da comuna da Arimba, a 12 quilómetros a sul da cidade do Lubango, com previsão de chegada a Menongue às 18h30.

Falando à Angop, o director comercial do Caminho-de-ferro de Moçâmedes, Carlos Roll, que faz parte da comitiva da empresa que viaja na mesma composição, disse que há um incremento no preço dos bilhetes à volta de 32 por cento, estando os de terceira classe a custar 3.200 Kwanzas e o de segundo 5.200 kwanzas, até Menongue.

Houve, segundo a fonte, uma corrida considerável na busca pelos bilhetes, já que apenas 50 por cento dos lugares foram ocupados, como medida preventiva contra a covid-19.

Estão programadas quatro frequências semanais, contra sete anteriores, sendo duas ascendentes a segunda e sexta-feira e  duas descendentes à terça e sábado.

As condições de biossegurança, como a disponibilidade de reservatórios de água e sabão à entrada das estações, a medição da temperatura corporal e álcool em gel foram acauteladas.

Ressaltou que os demais dias da semana em que o comboio não circular será efetuada a desinfecção das carruagens.

Antes desse dia, disse o director comercial, foram realizados, durante duas semana, trabalhos de manutenção na linha, entre ajustes e desmatação nas bermas, para conferir maior segurança aos utentes.

Face ao actual momento que o país vive, o comboio vai apenas carregar e descarregar passageiros no Lubango, Quipungo, Matala, Cuvango (Huíla), Cuchi e Menongue (Cuando Cubango), antes no trajecto de 502 quilómetros havia paragens em 36 estações.

Para os municípios da Matala e Cuvango estão disponibilizados dois vagões para o transporte de carga.

Passageiros exaltam organização do CFM   

Mais de 90 por cento dos 426 passageiros que seguiram hoje no comboio inaugural da retoma após suspensão são comerciantes, mas nem todos com destino a Menongue.

Entrevistados pela Angop, os passageiros não esconderam o alívio com a retomada da circulação do comboio e elogiaram a organização.

Fernando Ntyamba, comerciante, disse que tem como destino o município da Matala, para onde leva chouriço caseiro para vender.

Ressaltou que o preço do comboio é mais baixo e a viagem mais segura, pelo que espera compensar os mais de dois meses em que ficou em casa e repor a renda com o negócio.

Já Maria Tyipindo diz que vai buscar fuba de milho, pois em todas as estações onde o comboio parar há sempre um comércio intenso e com os produtos a bom preço.

“Fiquei durante este tempo em casa e esse regresso vai ajudar a repor o negócio e a sustentabilidade da família”, frisou.

Maria Ernestina, também comerciantes, considera que o retorno na circulação do comboio vai ajudar a reduzir os preços dos produtos nos mercados das cidades e os camponeses a vender a sua produção, pois a maior parte dos viajantes são comerciantes.

No período em que esteve suspenso, segundo ela, teve de deslocar-se a fazendas em busca de produtos para revender, fazendo recurso a aluguer de motos, com todos os riscos daí inerentes.

A circulação do comboio de passageiros no CFM foi suspensa a 27 de Março último, como consequência do Estado de Emergência que vigorou até ao dia 25 de Maio, tendo a empresa pública mantido somente o transporte de carga contentorizada, granito, combustível e lubrificantes no traçado Lubango - Namibe e vice-versa.

De Moçâmedes a Menongue, num traçado de 746 quilómetros, o CFM passa por dois municípios do Namibe, cinco da Huíla e dois do Cuando Cubango, transportando cerca de 60 mil pessoas por mês.

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