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Gabinete da Educação cria condições para reinício de aulas

  17 Jun 2020

Gabinete da Educação cria condições para reinício de aulas

Em declarações ontem, terça-feira(16), à Angop, em Ndalatando, Manuel Lourenço, director da instituição, assegurou que até 13 de Julho a maioria das escolas terá condições para lavagem das mãos e de biossegurança.

O Ministério da Educação e o Governo Provincial, indicou, distribuirão o material de biossegurança que deverá chegar nos próximos dias à província.

Na perspectiva de manter o distanciamento recomendado, o director da Educação disse que cada turma deve ter apenas 25 alunos.

Entretanto, manifestou preocupação com excesso de lotação de alunos em salas de aulas em algumas escolas das sedes municipais do Cazengo, Cambambe, Ambaca e Samba Caju, como uma situação que poderá dificultar o desdobramento das turmas para manter o distanciamento entre os alunos.

Devido à insuficiência de escolas nessas localidades, as salas de aulas podem albergar em média mais de 80 alunos.

Como recurso, o responsável admitiu a possibilidade de alguns grupos de alunos resultantes da divisão de turmas estudarem até aos fins-de-semana ou utilizarem espaços de outras escolas próximas.

O mesmo problema já não se coloca no Lucala, Banga, Quiculungo, Bolongongo, Golungo Alto e Ngonguembo, onde a quantidade de alunos é inferior ao número de salas aulas, o que poderá dispensar reajustamentos.

Relativamente a falta de água corrente em algumas escolas, esclareceu que o fornecimento será feito através de camiões cisternas, com o apoio das administrações municipais, o que obrigará a colocação de reservatórios para disponibilizar o líquido para a higienização dos alunos e professores.

De acordo com Manuel Lourenço, de um modo geral, a província do Cuanza Norte tem 400 escolas, das quais 200 sem condições para lavar as mãos por falta do “precioso líquido”.

Não obstante a isso, explicou que a instituição por si dirigida está a envidar esforços, visando a retomada das aulas com segurança e com baixos riscos de propagação da doença.

Pais e encarregados de educação apreensivos

Por seu turno, pais, encarregados de educação e profissionais do sector manifestam-se apreensivos com a retomada do processo de ensino e aprendizagem, tendo em atenção que muitas escolas do ensino primário e do primeiro ciclo não têm condições básicas, como água corrente nos balneários e salas com menos de 25 alunos.

É o caso de Estevão Manuel, pai de cinco crianças em idade escolar, que considera ser “muito arriscado” o reinício das aulas a 13 de Julho, tal como o previsto, apesar de abranger, numa primeira fase, os alunos do II ciclo do ensino secundário e o ensino superior.

Para si, há alguns pressupostos que precisam ser tidos em conta, que tem a ver com a falta de água corrente nas próprias instituições de ensino, o cumprimento do distanciamento social, entre outros.

Afirmou que é impossível manter o distanciamento das crianças em tempo de intervalo e o controlo não será eficiente, uma vez que as crianças são solidárias e não respeitarão este distanciamento.

“ Não é boa ideia a abertura das aulas no país por causa do risco de contaminação entre alunos e professores. Prefiro que meus filhos percam o ano lectivo do que a vida. Meus filhos não irão a escola”, sublinhou.

Manuel Capemba, outro pai de oito menores em idade escolar, disse que teme o reinício das aulas porque não vê como o Governo vai criar as condições necessárias de distanciamento social nas salas de aulas e nos intervalos, quando as escolas não possuem funcionários suficientes para manter quietas as crianças.

Para o professor do ensino primário Inocêncio Dala, do ponto de vista sanitário e dado os altos níveis de contágio da covid-19, é necessária, alguma prudência, em função da vulnerabilidade das escolas.

“Se em estado normal as escolas não dispõem de sabão, papel higiénico, para não falar de água corrente. Mesmo as que têm reservatórios nunca são abastecidas. Nesta fase da covid, que será uma obrigação para todas as escolas, que capacidades terão as administrações municipais para providenciar este líquido?” Questionou-se o docente.

O jurista e docente universitário Lucas Leitão recomendou cautela na retomada das aulas, devido ao elevado risco de contágio nas escolas.

Lembrou que muitas escolas debatem-se com problemas de falta de água corrente, recursos financeiros para a compra de materiais de higienização, entre outros, situação que pode concorrer para a disseminação do vírus da covid-19.

Ainda assim, o docente é contra a anulação do ano lectivo, afirmando que o mesmo pode reiniciar a qualquer momento, após a estabilização da situação epidemiológica do país.

Por sua vez, o secretário provincial do Cuanza Norte do Sindicato dos Professores (SINPROF), Domingos Francisco João, afirmou que há muitas escolas a nível da província que não tem condições para o arranque das aulas em segurança, dai apelar a prudência.

Frisou que se exige muitos cuidados para lidar com esta pandemia e a retomada das aulas pode colocar em risco a saúde de muita gente.

Disse que a proposta do SIMPROF vai no sentido de as aulas retomarem apenas em Setembro.

O Cuanza Norte tem perto de 400 escolas, que totalizam mil 225 salas de aulas.

No presente ano lectivo foram matriculados 192 mil 418 alunos da iniciação ao II ciclo do ensino médio, dos quais 124 mil no ensino primário.

Cinco mil e 22 professores asseguram o ensino no Cuanza Norte.

No Decreto sobre a Situação de Calamidade, o Governo agendou para 13 de Julho o arranque do regresso às aulas nas universidades e nas escolas secundárias.

A reabertura das instituições de ensino primário, I ciclo do ensino secundário, públicas e privadas, está prevista para  27 de Julho.

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