No âmbito dos programas de fomento do auto-negócio e geração de emprego, numa iniciativa da linha de crédito Projovem.
Os projectos em causa estão ligados aos sectores do comércio, prestação de serviço, hotelaria, indústria, agricultura e aquicultura, financiados pelo BCI (Banco de Comércio e Indústria), no âmbito da linha de crédito de apoio ao empreendedorismo juvenil Projovem.
Segundo o director provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos, Fernandes Cristóvão, que falava hoje à Angop, além do crédito, foram entregues viaturas e motorizadas para o serviço de táxi a jovens associados em cooperativas de micro-empresas e quitandas comerciais, para a venda de produtos diversos, no quadro do Conjovem (Centro de Operação de Negócio Jovem), desenvolvido pelo Ministério da Juventude e Desportos em parceria com o Consórcio BPC/ABC.
Estas iniciativas geraram, de 2015 a 2020, mais de 100 postos de trabalho directos e indirectos, o que para o responsável representa o engajamento da juventude na criação de negócios próprios, cientes de que com tais iniciativas contribuem no crescimento da economia nacional e no aumento da oferta de empregos.
Entretanto, Fernandes Cristóvão lamentou a postura de alguns empreendedores que beneficiaram de crédito para criação de negócios, mas não souberam empregar os valores e estão nesta altura com dificuldades em reembolsá-los junto da banca, apesar de serem submetidos a cursos de empreendedorismo e gestão de negócios, para evitar tais situações.
Nos próximos tempos, acrescentou, a direcção da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos e parceiros vão redobrar a fiscalização, de modo a tornar viável cada projecto, para que as iniciativas não venham a falir e consequentemente condicionar o financiamento de outros projectos.
Fomento da agricultura e aquicultura jovem na forja
Estudos de avaliação de áreas para a prática de agricultura e piscicultura estão a ser elaborados nos municípios de Cacuso e Malanje, para posteriormente serem financiados pela banca, com vista a impulsionar o desenvolvimento destas actividades no seio da juventude.
Segundo o director Cristóvão Fernandes, este projecto prevê abranger jovens dos 14 municípios da província, sendo que o número de contemplados dependerá da viabilidade dos projectos apresentados, que devem ser financiados a partir de Setembro deste ano, estando igualmente nesta altura em curso a criação de cooperativas.
Espaço para empreendedores voltado ao abandono
Quanto ao recinto para albergar jovens com iniciativas empreendedoras, o director disse existir o Conjovem, criado em 2015 no bairro Cangambo, com condições favoráveis de negócios, mas há cerca de dois anos que se encontra às “moscas”, porquanto os beneficiários não conseguiram se firmar no mundo dos negócios, tendo por isso abandonado o centro.
Aconselhou, por isso, os jovens a se instalarem no referido local e tirarem o maior proveito, porquanto foi concebido para acolher diversos tipos de negócios.
Jovens assumem desafios e geram empregos
Félix Francisco, 33 anos de idade, proprietário de uma empresa de comércio geral, beneficiou de um crédito de 40 milhões de kwanzas em 2017, no âmbito do projecto de apoio ao empreendedorismo jovem, através do qual conseguiu empregar 38 jovens.
Informou ter já reembolsado grande parte do crédito, pelo que tem em perspectiva implementar negócios noutras áreas, tendo em conta o actual contexto económico que o país atravessa, que exigir mais inovação no mundo dos negócios.
Por sua vez, Miguel Lopo, 39 anos de idade, que beneficiou também de 40 milhões de kwanzas do crédito jovem, é proprietário de uma hospedaria, onde empregou 19 jovens.
Já reembolsou 80 por cento do valor à banca e explicou que só não restituiu 100 por cento do valor devido às dificuldades que a sua área de actuação enfrenta.
Não obstante a isso, referiu haver condições para pagar salários aos funcionários e canalizar algum valor no serviço de táxi, onde começou a dar os primeiros passos.
Miguel Lopo e Félix Francisco apontaram o auto-negócio como forma dos jovens ajudarem o Estado, no capítulo da empregabilidade, considerando que só o sector público é incapaz de atender a demanda, por isso urge mais apostas no empreendedorismo.
FAJE forma mais de 300 empreendedores
Cerca de 500 jovens foram formados nos últimos anos, em Malanje, pelo FAJE (Fórum Angolano de Jovens Empreendedores) em parceria com o Centro Local de Empreendedorismo e Serviços de Emprego (CLESE), nos cursos de Contabilidade Geral, Informática e Associativismo.
Inicialmente o FAJE em parceria com a administração municipal de Malanje contemplou com 100 lote de terreno de 300 metros quadrados, igual número de jovens que beneficiaram de créditos através do BCI, para auto-construção dirigida de estabelecimentos comerciais.
Actualmente, o FAJE controla três mil e 578 associados a nível da província.