Angola está interessada em adquirir dos Estados Unidos da América (EUA) um sistema de construção de máquinas militares de última geração, veículos de transporte de logística e aeronaves.
A intenção foi manifestada, nesta quarta-feira, pelo ministro da Defesa Nacional, João Ernesto dos Santos "Liberdade”, durante um encontro que manteve, no Pentágono, Washington, com o secretário de Defesa norte-americano, Lloyd J. Austin.
O ministro disse que com os EUA, Angola pretende fortalecer as relações no campo da Defesa, expandindo a cooperação em novas áreas, nomeadamente o fortalecimento da capacidade técnica e operacional, como a aquisição de um sistema de construção de máquinas de última geração, aquisição de veículos de transporte e logística a serem fornecidos pela Oshkosh Defense.
João Ernesto dos Santos "Liberdade” enumerou, ainda, a aquisição de um sistema de pontes, a ser fornecido pela Acrow Bridges, e a aquisição de uma frota de veículos tácticos leves, a serem abastecidos pela General Motors Defense, além da aquisição de aeronaves.
Por isso, disse, está focado em promover uma agenda de prevenção e resolução de conflitos por meios pacíficos e diálogo inter-estatal.
"Portanto, viemos ao seu país para acompanhar todas as actividades que temos vindo a desenvolver ao longo dos últimos tempos”, referiu.
Nesta perspectiva, disse que a deslocação aos EUA vai servir para visitar algumas empresas americanas, para que possam trabalhar juntos e fortalecer a relação de cooperação.
Segundo o ministro, Angola projecta o fomento de políticas de defesa e segurança africanas para alcançar paz, estabilidade, coesão e aprofundamento dos projectos continentais.
O país, referiu, assume uma estratégia de cooperação nos domínios bilateral e multilateral, com vista à sua ascensão competitiva no cenário internacional, preservando cada vez mais os seus interesses no continente e no mundo.
"A visão estratégica de Angola prioriza sua inserção em todas as áreas possíveis de interesses nacionais, continentais e internacionais, especialmente no âmbito das organizações regionais africanas em que está inserida e com as quais tem afinidades geográficas, históricas e culturais mencionadas acima”, afirmou João Ernesto dos Santos.
Neste contexto, o ministro Liberdade referiu que o espaço geoestratégico e geopolítico em que Angola está inserida requer uma atenção especial devido às profundas complexidades históricas, geográficas, económicas e culturais das comunidades mencionadas acima.
Por seu turno, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd J. Austin disse que Angola é um parceiro estratégico e um líder regional, pelo que os Estados Unidos valorizam "profundamente” os laços cada vez mais estreitos entre ambas nações.
"Como o Presidente Biden disse, em 2022, na Cimeira de Líderes EUA-África, aqui em Washington, o sucesso da África é o sucesso do mundo”, citou.
E desde essa cimeira, frisou, os dois países continuaram a manter diálogos de alto nível e a avançar os objectivos discutidos pelos seus líderes.
Em Setembro do ano passado, lembrou o ministro, teve o orgulho de ser o primeiro secretário de Defesa dos EUA a visitar Angola, e teve boas discussões com o Presidente João Lourenço e com a equipa no Ministério da Defesa. "Estou orgulhoso de tudo o que temos feito juntos para aprofundar nossa parceria, desde a segurança marítima até a manutenção da paz, passando pela política de defesa e mais”, sublinhou Lloyd Austin.
O relacionamento entre Angola e EUA, acrescentou o ministro, tem um potencial "tremendo para crescer ainda mais”, incluindo as áreas como Cibersegurança, bem como a potencial participação de Angola no Programa de Parceria Estatal dos EUA.
"E continuamos gratos pela disposição de Angola em considerar compras de defesa dos EUA”, agradeceu.
De acordo com o secretário de Defesa, os norte-americanos estão ansiosos em trabalhar com autoridades angolanas para aproveitar esta oportunidade histórica para promover a paz, a segurança e a governança responsável baseada em regras.
Perante este cenário, prosseguiu, o Departamento de Defesa norte-americano aguarda com expectativa a cooperação contínua com Angola, enquanto reestrutura e moderniza as suas forças armadas.
Disse apreciar a liderança de Angola na região e além.