O ministro das Relações Exteriores destacou, nesta segunda-feira, o número de mulheres angolanas na diplomacia, mas admitiu haver ainda um longo caminho a percorrer para a superação plena das desigualdades existentes entre homens e mulheres nesta carreira.
Téte António teceu as declarações durante a leitura da mensagem alusiva ao Dia Internacional da Mulher na Diplomacia, ontem assinalado.
O chefe da diplomacia angolana disse sentir-se muito orgulhoso pelo número "considerável" de embaixadoras, cônsules gerais, directoras, adjuntas e chefes de departamento actualmente em funções no Ministério das Relações Exteriores.
"Neste Dia Internacional da Mulher na Diplomacia, felicitamos todas as funcionárias do Ministério das Relações Exteriores e expressamos o nosso profundo apreço e gratidão pela forma profissional e abnegada como têm desempenhado as funções em representação de Angola, no mundo, por vezes em circunstâncias muito difíceis, neste contexto internacional de particular complexidade político-diplomática", destacou o ministro.
Téte António deu a conhecer que o pelouro que dirige está empenhado em contribuir para a plena e igual participação das mulheres, com a criação de um ambiente que proporcione uma maior igualdade de oportunidades de acesso entre homens e mulheres na carreira diplomática e incentive uma participação mais inclusiva em concursos e processos de admissão.
Para o Ministério das Relações Exteriores, prosseguiu, a carreira diplomática deve ser, sempre, a expressão real dos valores defendidos pela política externa de Angola, lembrando de ser este o sentido de missão que inspira e orienta o trabalho no dia-a-dia, num engajamento firme e inequívoco contra a discriminação e a violência do género e na adopção de políticas e medidas para promover a plena igualdade das mulheres em todos os níveis da diplomacia angolana.
"Elas têm estado, igualmente, envolvidas nas negociações para assegurar a paz e estabilidade mundiais, nos termos da resolução 1325 das Nações Unidas, que define o importante papel da mulher na prevenção e resolução de conflitos e na protecção de civis", frisou.
O ministro das Relações Exteriores referiu que as relações entre os Estados são, hoje, mais variadas e complexas, exigindo, por isso, que as mulheres diplomatas desenvolvam um papel eminente na representação, promoção e protecção dos interesses do Estado angolano.
Apesar das inegáveis contribuições, Téte António lamentou o facto de as mulheres ainda continuarem a enfrentar barreiras e desigualdades na diplomacia.
O chefe da diplomacia angolana aproveitou a data para reconhecer o papel desempenhado pelas mulheres na inserção do princípio da igualdade de direitos entre homens e mulheres na Carta das Nações Unidas, em 1945, e na redacção da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948, numa clara defesa da paridade do género e da liderança igualitária como pré-requisitos fundamentais para um mundo mais seguro, pacífico e sustentável para todos.
O Dia Internacional da Mulher na Diplomacia foi proclamado pela resolução 76/269, de 20 de Junho de 2022, da Assembleia-Geral das Nações Unidas, para que se reflectisse sobre as contribuições das mulheres na diplomacia e assinalar os desafios e oportunidades para o reforço da liderança delas na arena multilateral.
A data procura responder a estes desafios e ressaltar a importância estratégica da liderança das mulheres nos processos de tomada de decisão política.
José de Lemos recebido por Xanana Gusmão
O embaixador de Angola na República Democrática de Timor Leste, José Andrade de Lemos, foi recebido, ontem, pelo Primeiro-Ministro daquele país, Kay Rala Xanana Gusmão.
O encontro aconteceu em Díli, durante o qual o embaixador angolano aproveitou o momento para se debruçar sobre as relações históricas de amizade e de solidariedade que unem os dois países.