O ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Furtado, garantiu, no município do Luau, que o Censo vai decorrer em 30 dias, apelando à população para se manter calma, apesar de reconhecer as insuficiências que o processo censitário regista desde a data do seu início.
O responsável, que falava à imprensa no fim da visita de uma missão de trabalho à província do Moxico, afastou a possibilidade de prolongamento do processo, recordando a existência de uma norma internacional a ser obedecida, que determina um tempo estipulado para a realização do Censo.
"O período do Censo está estabelecido em coordenação com as NaçõesUnidas para ser realizado em 30 dias. O que devemos fazer é intensificar as actividades e ultrapassar as insuficiências registadas em todos os mecanismos que facilitam o andamento do processo”, frisou o ministro de Estado.
Francisco Furtado acrescentou que, atendendo às regras internacionais, o país tem de concluir o Censo em 30 dias, sob pena de não ser acreditado pelas Nações Unidas.
O ministro de Estado defendeu a conjugação de esforços para superar as insuficiências, tendo afirmado que, apesar do registo de alguns problemas, o balanço dos sete dias desde o início do processo apresenta uma avaliação positiva. "Fizemos um balanço a nível da Comissão Multissectorial do Censo no quinto dia do início do processo, onde constatamos a insuficiência relacionada aos tablets, uniformes de identificação dos recenseadores e as dificuldades na recepção dos subsídios por parte de alguns recenseadores”.
O ministro de Estado afirmou que a falta de rede de comunicação em muitas localidades do interior do país e a ausência de agências bancárias dificultaram a cabimentação de valores nas contas dos destinatários.
O responsável esclareceu que as informações recebidas por parte do Instituto Nacional de Estatística (INE), na reunião da Comissão Multissectorial da segunda-feira passada, afirmam que os valores terão chegado às respectivas localidades para serem entregues.
"Recomendamos ao INE que trabalhe afincadamente para corrigir este fenómeno. O Censo vai decorrer em 30 dias; a população deve ter calma, porque os recenseadores vão passar em cada município, comuna, bairro e aldeia, e terão tempo suficiente para cadastrar todos os cidadãos”, assegurou.
Francisco Furtado lamentou o caso do roubo dos tablets registado e afirmou que os mesmos já contam com um bloqueador a partir da central que não permite alterações para outros fins.
"Apelamos à população para participar em massa no Censo. Se o recenseador não passar em sua casa, o cidadão deve informar imediatamente”, referiu.
Finalmente, o ministro de Estado reconheceu o empenho dos órgãos de comunicação social pelo trabalho realizado durante a fase preparatória, pois, segundo ele, antes do início do Censo já se tinha a sensação de que a população dominava o processo censitário.
Dados do Censo realizado em Angola entre 16 e 31 de Maio de 2014:
População Total:
A população total foi estimada em 25.789.024 habitantes. Distribuição por Género:
A população era composta por aproximadamente 12.800.000 homens e 12.989.000 mulheres, resultando numa leve predominância feminina.
Idade:
A faixa etária mais representativa era a de 0 a 14 anos, que correspondia a cerca de 45% da população, indicando uma população jovem.
Urbanização:
A urbanização continuou a crescer, com cerca de 60% da população a viver em áreas urbanas, especialmente na capital, Luanda.
Educação:
O Censo também revelou dados sobre a taxa de alfabetização, que era de aproximadamente 70% entre a população com 15 anos ou mais.
Províncias:
Luanda foi a província mais populosa, com 6.945.386 habitantes, seguida por Huíla, com 2.497.422, e Benguela, com 2.231.385 habitantes.