A Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX) assinou, nesta segunda-feira, em Luanda, com investidores nacionais e internacionais, cinco intenções de investimento avaliadas em 439,4 milhões de dólares, para os sectores da Agricultura, Construção Civil, Pescas e Transportes.

Os cinco projectos de investimento vão facilitar a criação de 1.495 novos postos de trabalho, dos quais 1.430 para os nacionais e 65 para os expatriados.

O Projecto do Terminal de Luanda avaliado em mais de 257 milhões de dólares, com um investimento privado de capital misto proveniente dos Emirados Árabes Unidos e do Governo de Angola, visa a reabilitação e modernização do Terminal Polivante do Porto de Luanda.

Com a sua implementação, o projecto do Terminal Polivante do Porto de Luanda irá criar 96 postos de trabalho, dos quais mais de 85 empregos serão assegurados por nacionais.

A AIPEX rubricou também um projecto de investimento orçado em 60 milhões de dólares, para o aumento da produção e abate de frango no país, na província do Icolo e Bengo. O projecto é do Safcomex Investiment Group, que já opera no mercado angolano na produção de ovos.

Para a província de Benguela, foi rubricado um investimento orçado em mais de 49 milhões de dólares, com a Salina-AMT Trading, para o aumento dos índices de produção de sal, com previsão de criar 640 empregos.

Com o grupo MCA Angola Sustentabilidade (SU), a AIPEX rubricou um contrato de investimento avaliado em 40 milhões de dólares, para a construção de estradas e pontes. O projecto será implementado na província de Luanda conta com um investimento de 40 milhões de dólares e prevê criar 120 empregos.

O Grupo AD Ports rubricou com a AIPEX um investimento avaliado em 31,5 milhões de dólares, para a execução do Projecto da Unicargas Noatum Angola Logística e Serviços Transitários, que vão melhorar a prestação de serviços de logística, transportes rodoviários e transitários.

Aposta no mercado

O representante do Group AD Ports, Rui Chumbo, garantiu que, o Projecto Terminal Polivalente do Porto de Luanda vai ser implementado, no primeiro trimestre de 2025, com execução de 18 meses.

Por sua vez, o administrador-geral adjunto da Safcomex Investment Group Lda, Fares Sebaiti, realçou que a empresa vai dar continuidade aos projectos já existentes, com realce para a produção de frango de corte.

"A meta é produzir no mínimo 30 mil francos de corte por dia, uma meta que poderá aumentar ", frisou quanto ao local de produção, estão a ser preparadas três áreas, uma com 200 hectares, outra de 50 hectares, e a terceira uma área de 18 hectares.

Sector privado aposta no mercado nacional

O presidente da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações de Angola (AIPEX), Arlindo das Chagas Rangel, sublinhou que os investidores nacionais e estrangeiros continuam a acreditar no mercado angolano, bem como a reinvestir os seus dividendos e capital.

"Temos consciência que as intenções ainda não são suficientes, daí a importância de continuarmos a trabalhar nesta longa caminhada que temos pela frente, no âmbito da diversificação económica do país", frisou, destacando que a Lei do Investimento Privado dá a liberdade ao investidor de fazer investimentos dos dividendos que advêm da sua actividade.

O ministro da Obras Públicas, Urbanismo e Habitação, Carlos Gregório dos Santos, que testemunhou a assinatura dos contratos de investimento, destacou que o Executivo tem estado a investir em grandes infra-estruturas, como estradas, portos, caminhos de ferro e outros.

"Chegou a hora do sector privado fazer a sua parte, com a implementação de projectos fiáveis para o desenvolvimento económico do país", disse.

O secretário de Estado para as Florestas, João Manuel Cunha, realçou que a assinatura dos acordos de investimento, a AIPEX dá mais uma prova de que o sector privado nacional tem dado sinais positivos que estão a contribuir para o aumento da oferta de bens e serviços no mercado interno.

"Estamos satisfeitos e esperamos que mais iniciativas do género aconteçam com mais frequência para podermos aumentar a nossa produção interna, porque o país tem condições para o fazer, daí a intenção do Governo incentivar o sector privado para está grande aposta", frisou João Manuel Cunha, tendo destacado que, sobre a produção de ovo, o país deixou de importar.