A entrada na Bolsa de Valores de Angola da ENSA, em acto formalizado nesta quarta-feira, em Luanda, representa a possibilidade para a redefinição de medidas e a criação de novas tendências para o mercado, informou o secretário de Estado das Finanças e Te.
Ottoniel dos Santos interveio na sessão de admissão à negociação das acções da Empresa Nacional de Seguros de Angola - ENSA.
Fez saber que das ofertas colocadas em bolsa, como as do BAI, Caixa Angola e agora a ENSA, a média de procura do mercado em termos de rácio de cobertura fixou-se acima de 158 por cento, o que considerou uma percentagem significativa para a realidade nacional.
Esta percentagem, disse Ottoniel dos Santos, implica que quem tiver de entrar para o mercado, a seguir, cumprindo as regras e olhando para a média de preços e identificando os riscos, tem uma grande probabilidade de sucesso.
Com a realização do processo da ENSA, disse, foi possível perceber que mais de 70 mil milhões de kwanzas, que foram arrecadados com o processo de privatizações vêm, exactamente, de colocações em bolsa.
Com isso, Ottoniel dos Santos reafirmou que a admissão de empresas em bolsa é de facto uma forma não só de permitir que o Estado diminua a participação enquanto agente econômico, mas também que fortaleça o papel do mercado de capitais, assim como promove as alternativas de investimento.
“Isto é o que muito se precisa e que vamos muitas das vezes discutindo, relativamente aos instrumentos que podem ou não ser utilizados como alternativa aos papéis do Estado”, afirmou o secretário de Estado para as Finanças e Tesouro.
Ottoniel dos Santos olhou ainda para os números da operação, que resultou em mais de 1.800 inscrições, 174.5 por cento de rácio de cobertura, uma procura de 14 províncias do país, com uma arrecadação acima de oito mil milhões de kwanzas, o que considerou indicadores animadores para a economia nacional.
“Hoje, a ENSA pertence aos angolanos e isto de facto é algo que nos deve orgulhar muito e a todos”, disse.
Segundo o governante, a venda dos 30 por cento do capital da ENSA é uma operação que segue uma outra que não deu certo. É preciso reconhecer que foi uma tentativa de venda ENSA, através do mecanismo de venda por concurso público em que não conseguimos fazer a venda e hoje estamos aqui a abrir 30 por cento do capital da empresa com uma colocação não só bem sucedida mas com estes números aqui referidos.
Mercado em crescimento
O presidente da Comissão Executiva garantiu, ontem , em Luanda, que o mercado de capitas está em constante crescimento tendo em consideração aos números de transacções registadas ao longo dos anos.
Em declaração à impren- sa, Walter Pacheco adiantou que a Bolsa de Valores e Derivados de Angola (BODIVA) registava uma média de 2 a 3 mil milhões de dólares ao ano, sendo que em 2023, teve um registo de 7 mil milhões e a está altura está já à volta dos 5 mil milhões de dólares.
“É um mercado de crescimento e está cada vez mais a solidificar-se no sistema financeiro nacional”, disse.