Segundo o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, as duas turbinas vão ligar-se à rede pública da Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE) e su-perar o actual défice, iniciando-se depois disso com novas ligações domiciliares aos bairros das várias localidades da província. Neste momento, de acordo com dados avançados pelo ministro, a cidade do Cunene dispõe de oito megawatts de electricidade, resultante de uma oferta interna de dois megawatts (após avaria do gerador de cinco megawatts) e mais outros seis megawatts que recebe da vizinha Namíbia.
"A cidade de Ondjiva tem sofrido restrições devido a constantes avarias do grupo gerador que produzia cinco megawatts e, actualmente, apenas dispõe de dois megawatts, com mais seis megawatts provenientes da Namíbia, que totaliza oito; capacidade insuficiente para atender todos os consumidores da cidade e arredores", disse.
João Baptista Borges afirmou que a província tem recebido uma factura mensal de mais de um milhão e 300 dólares, que por ser um valor elevado, muitas vezes não se consegue pagar. Com essa opção, a dívida (não especificada) com a Namíbia vai ser eliminada de forma paulatina.Conforme detalhou, a primeira turbina começa a funcionar de forma provisória dentro de três semanas e, em Outubro, a segunda turbina, terminando assim a ligação das duas turbinas à rede eléctrica do Cunene.
Apesar de alto o investimento aplicado, João Baptista Borges entende ser mais importante "termos essa capacidade de operar e manter, pois trata-se de uma tecnologia muito sofisticada. Por isso, devemos apostar também na formação dos técnicos locais, no sentido de poderem operar as centrais térmicas com normalidade”.
Visita ao canal
O ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, mostrou-se, satisfeito com o nível de execução das obras de construção da Central de Captação de Água na localidade do Cafu e do seu canal condutor, para a mitigação dos efeitos da seca que vive a província do Cunene.O projecto contempla a construção de aquedutos, numa extensão de 160 quilómetros de canais, para levar água a três municípios.
João Baptista Borges disse que as obras seguem o ritmo normal e mostrou-se optimista em relação ao cumprimento do cronograma de actividades e o prazo estabelecido de entrega até Fevereiro de 2022.O ministro afirmou que a empreitada está com uma execução na ordem de 40 por cento, tendo já sido desmatado todo o percurso dos futuros canais.
Disse que está em curso a escavação e betonagem do canal, estando já a caminho os equipamentos principais, como bombas e tubagem, sublinhando que o grau de execução corresponde à expectativa e o empreiteiro está preparado para mitigar o im-pacto das chuvas, a julgar pelo aproximar da época.
Segundo o ministro, a visita serviu para interagir com o governo da província e efectuar alguns reajustes necessários ao projecto, de modo a que possa atender os requisitos, necessidades e conveniência das autoridades locais.
No seu entender, o projecto terá "impacto muito grande” na disponibilidade de água para o consumo das populações, abeberamento do gado e irrigação, visando a melhoria da segurança alimentar na região afectada pela seca e estiagem.