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PRESIDENTE DA REPÚBLICA LAMENTA MORTE DE SAM NUJOMA

  10 Feb 2025

PRESIDENTE DA REPÚBLICA LAMENTA MORTE DE SAM NUJOMA

O Presidente da República, João Lourenço, expressou, domingo, profundo pesar pelo falecimento do antigo Presidente da Namíbia, Sam Nujoma, ocorrido neste sábado, aos 95 anos

. Numa mensagem dirigida ao homólogo namibiano, Nangolo Mbumba, João Lourenço destacou o legado de Nujoma na luta pela Independência e na construção de uma nação forte e democrática.

“A sua experiência, conhecimentos e sagacidade foram fundamentais para impulsionar iniciativas no seio da SADC, fortalecendo a integração regional e o desenvolvimento da Zona Austral do continente”, sublinhou o Chefe de Estado angolano.

João Lourenço pediu ainda que os seus sentimentos de pesar fossem estendidos à família enlutada, amigos e ao povo namibiano.

O líder guerrilheiro faleceu após três semanas de internamento num hospital de Windhoek, indicou o Presidente da Namíbia, Nangolo Mbumba, em comunicado.

“As fundações da República da Namíbia foram abaladas, com a morte do Pai da Nação”, indicou o Chefe de Estado namibiano no seu comunicado. Explicou que, desta vez, o filho mais valente da nossa terra não conseguiu, infelizmente, recuperar-se da doença. Realçou ainda que Nujoma “orientou o povo namibiano durante as horas mais sombrias da nossa luta de libertação”.

Nujoma foi activista e líder guerrilheiro, que se tornou no primeiro Presidente democraticamente eleito da Namíbia, depois de o país conquistar a Independência do regime do apartheid da África do Sul.

Reverenciado como Pai da Nação e ícone da luta de libertação da Namíbia, Sam Nujoma correspondeu às expectativas dos namibianos, em várias vertentes. Assumiu a liderança do país em 21 de Março de 1990 e foi, formalmente, reconhecido como o Pai Fundador da Namíbia por meio de um acto do Parlamento, em 2005, tendo conduzido o país por 15 anos.

Nascido a 12 de Maio de 1929, no seio de uma família de agricultores, Sam Nujoma era o mais velho de 10 filhos. Cuidava de vacas e cabras, até que, aos 17 anos, deixou a remota aldeia do Norte onde vivia para se mudar para a cidade portuária ocidental de Walvis Bay. Descobriu a discriminação contra os negros e depressa tornou-se sindicalista, frequentando aulas nocturnas, em que conheceu activistas pró-Independência.

Forçado a exilar-se em 1960, no Botswana, depois no Ghana e nos Estados Unidos, teve de deixar para trás a mulher e quatro filhos. À frente da Organização dos Povos do Sudoeste de África (SWAPO), lançou-se à luta armada em 1966 e a guerra da Independência custou mais de 20 mil vidas. Quando se tornou Presidente, Sam Nujoma recusou-se a criar uma comissão para examinar as atrocidades cometidas durante os 23 anos de conflito entre a SWAPO e os esquadrões da morte pró-sul-africanos. Depois de se retirar da vida política, regressou à escola e obteve um mestrado em Geologia, convencido de que as montanhas da Namíbia estavam repletas de riquezas minerais inexploradas.

Mensagem do MPLA

O MPLA manifestou consternação pela morte de Sam Nujoma, “um grande amigo de Angola, dos angolanos e do MPLA em particular, com quem partilhava uma longa história de luta e de vitórias”.

Na mensagem, o MPLA lembra que Sam Nujoma, à frente da SWAPO e com a sua liderança visionária, conduziu a luta de libertação à Independência da Namíbia.

“Em nome dos seus militantes, amigos e simpatizantes e de todos os irmãos de trincheira na luta comum contra o regime do apartheid”, o “MPLA verga-se perante a sua memória” e endereça condolências à família, ao povo namibiano e à SWAPO. “Que o seu espírito patriótico, expresso em palavras e acções, sirva-nos de inspiração no exercício que deve ser comum de desenvolver o nosso continente e a nossa região em particular”, lê-se na nota.

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