A medida de emissão de Eurobonds significa que estamos a direccionar a necessidade de financiamento para o mercado externo de dívida soberana, aliviando, por sua vez, o mercado interno dessa necessidade plasmada no Plano Anual de Endividamento (PAE) de 2025.
Contudo, deve dizer-se que este montante de USD 3 mil milhões é o triplo do que consta no PAE, quando esta quantia é sob a forma de dívida contraída num país estrangeiro e numa moeda diferente desse país. Suponho que seja no Japão e não sejam Ienes do Japão, configurando-se assim como Eurobonds.
As pessoas em geral gostam de comprar, adquirir bens e serviços, e por incapacidade ou por uma questão de alargamento de prazo para pagar, recorre a crédito ou a capital alheio.
A dívida, seja pública, seja privada, entre pessoas, entre empresas ou ainda entre empresas e pessoas, acarreta responsabilidades.
A “boa” dívida é aquela em que os benefícios suplantam os custos de juros, taxas e emolumentos de um processo de crédito e ainda deixam valor, se possível, para o médio e longo prazo.
Ao olharmos para o Serviço da Dívida de Angola, consideramos pesada na Despesa Pública, mas gerível. Como disse na edição n.º 836 deste jornal, considero que podemos ambicionar colocar a meta da Dívida Pública Global abaixo dos 60 por cento do PIB em 2026.