A banca comercial angolana absorveu, em 2024, um total de 10,8 mil milhões de dólares do mercado cambial para atender as necessidades internas, um aumento de 9,8 por cento face aos 9,9 mil milhões adquiridos no ano anterior, aponta o relatório do Banco Nacional de Angola (BNA).

O relatório de Evolução do Mercado Cambial, divulgado nesta sexta-feira pelo BNA, indica que o sector petrolífero foi o maior provedor da moeda, tendo vendido 4,4 mil milhões, e o sector diamantífero 1,1 mil milhões, totalizando 5,5 mil milhões.

Para além das divisas adquiridas regularmente pelos bancos comerciais, em 2024, de forma pontual, o Tesouro Nacional e o BNA injectaram à banca 2,0 mil milhões e 953,5 milhões de dólares, respectivamente, para a execução das operações no mercado secundário para pagamentos a não residentes, sobretudo no que se refere às operações de particulares.

Mercado cambial estável

O documento informa ainda que, adicionalmente, de forma regular, os bancos comerciais adquiriram cerca de 2,4 mil milhões de clientes diversos que não transaccionam na Plataforma da Bloomberg.

O relatório do BNA aponta ainda que, fruto do aumento na oferta de divisas observada no ano passado, o mercado cambial mostrou-se relativamente estável, se comparado com o cenário registado em 2023.

No período de Janeiro a Maio, observou-se uma estabilidade cambial, tendo a taxa de câmbio do Kwanza em relação ao dólar dos Estados Unidos variado em 2,7 por cento.

Porém, indica o documento, a partir de Junho observou-se um aumento da procura por moeda estrangeira, principalmente para férias e importação de bens, registando-se uma variação da taxa de câmbio de 6,4 por cento. Dados indicam ainda que a taxa de câmbio do Kwanza em relação ao dólar dos Estados Unidos passou de 828,8 em Dezembro de 2023 para 912,0 em Dezembro de 2024, representando uma depreciação de 9,1 por cento face à depreciação de 39,2 por cento registada em 2023.

Já em relação ao euro, o Kwanza depreciou 3,5 por cento, passando a taxa de câmbio de 916,0 em Dezembro de 2023 para 949,5 em Dezembro de 2024. Em 2023, a depreciação foi de 41,3 por cento.