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CAMPONESAS DÃO INÍCIO  À PRODUÇÃO NO FIM DE MAIO

  05 Mar 2025

CAMPONESAS DÃO INÍCIO À PRODUÇÃO NO FIM DE MAIO

Os camponeses da província de Luanda deverão retomar a actividade agrícola 2024/2025 no fim do mês de Maio, período em que as zonas de produção começam a registar sinais de seca das águas resultante da abertura das comportas dos aproveitamentos hidroeléctricos de Laúca e Cambambe.

A informação foi avançada pelo presidente da direcção executiva da UNACA na província de Luanda.

José dos Santos informou que as inundações nas zonas de produção tiveram início 15 dias depois da abertura das comportas, a 6 de Janeiro do corrente ano, e como consequência 60 por cento das zonas de produção, ao longo do Corredor dos Rios Kwanza e Zenza, estão afectadas.

Fruto deste desiderato, segundo informou José dos Santos, cerca de duas mil famílias, das 60 previstas, têm as zonas de produção invadidas pelas águas.

Quanto às regiões afectadas e comprometidas, José dos Santos destacou que, na província do Bengo, foram inundadas as zonas da Cabala, atingindo toda a extensão, e a Funda Kilunda.

No caso específico da província de Icolo e Bengo, segundo José dos Santos, a enchente abrangeu o município do Bom Jesus, a zona da Cadeia 107 e Caxicane.

Por um lado, na província de Luanda, registam-se recentes inundações no município do Kilamba, na zona do Anandengue, Bita Baixa do Kwanza e o Tombo.

Nestas regiões, José dos Santos disse que a classe camponesa foi obrigada a colher os produtos que não estavam na fase de amadurecimento, sobretudo os tubérculos, como é o caso da batata doce e mandioca. “Existem ainda muitos produtos que acabaram por permanecer na terra, porque não estavam no início do seu crescimento”, frisou José dos Santos, garantindo que o processo de levantamento das famílias que viram as suas zonas de produção abrangidas continua em curso.

O responsável disse que ao registar-se estes constrangimentos, é bem capaz que as famílias camponesas só produzam no fim de Maio ou princípio do mês de Abril.

José dos Santos reconheceu que a abertura das comportas é um bem necessário para garantir a segurança das barragens, um processo que se não for feito, danos piores podem acontecer, mas infelizmente gera sempre prejuízos a terceiros.

Agricultura de sequeiro

Muitas são as famílias camponesas que têm reservado alguns campos de produção na zona alta, área onde os produtores praticam a agricultura de sequeiro.

Segundo conta José dos Santos, nesta região existem muitos terrenos disponíveis para o desenvolvimento da actividade agrícola, um processo, reforçou, que infelizmente não acontece, porque as famílias camponesas não têm condições e capacidade de montar um Sistema de Captação de Água.

O processo de captação, explicou, deve ser feito a partir do rio até à zona de produção, e fruto da grande distância é necessário, também, grandes volumes monetários ou mesmo investimentos.

A título de exemplo, José dos Santos sublinhou que existem zonas em que os rios se encontram a uma distância de 25 a 30 quilómetros. “Nestas zonas algumas famílias estão a produzir mandioca e milho”, frisou José dos Santos.

Época chuvosa

O tempo chuvoso traz para a classe camponesa vantagens e desvantagens. Segundo José dos Santos, quanto mais chuva cair sobre as zonas que se encontram já inundadas, mais difícil o nível irá secar, retardando a campanha agrícola.

O representante da UNACA em Luanda informou que há ausência de chuva em algumas extensões da região, sobretudo uma parte de Icolo e Bengo, diferente de outros pontos que continuam a receber muita chuva, incluindo províncias como Cuanza-Norte, Malanje e outras.

“Existem áreas em que não chove há quase uma semana, e outras em que chove torrencialmente”, sublinhou José dos Santos, acrescentando que toda a zona que dá acesso ao Corredor do Cuanza continua a receber chuva.

“Quanto mais as zonas são atingidas pelas enxurradas, mais o caudal do rio aumenta, e quando tal facto acontece, mais as famílias camponesas adiam o ano agrícola”, sublinhou, preocupado com o actual contexto das alterações climáticas.

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