Os ministros das Finanças e governadores dos bancos centrais do G20 reconhecem a urgência de aumentar o investimento em infra-estruturas de qualidade como passo essencial para se dar suporte a um crescimento económico e desenvolvimento mais rápidos, inclusivos e sustentáveis em todo o mundo.
A declaração é parte do resumo apresentado aos jornalistas pelo ministro sul-africano das Finanças, Enoch Godongwana, e o governador do Reserve Bank, Lesetja Kganyago.
De acordo com os gestores, a reunião discutiu a agenda para o Grupo de Trabalho de Infra-estrutura, que continuará a se concentrar em abordar os impedimentos ao financiamento de longo prazo e criar um ambiente propício para as infra-estruturas como uma classe de activos.
Entre os compromissos assumidos pelos participantes à reunião de Cape Town consta a do desenvolvimento de um “pipeline” robusto, acessível e investível para atrair a participação do sector privado. Também a exploração de medidas de redução de risco de financiamento combinado para reforçar os fluxos de investimento em infra-estrutura sustentável, particularmente em EMDE (Mercado Emergente e Economia em Desenvolvimento), assim como o desenvolvimento de um “kit de ferramentas” para auxiliar os países a superar barreiras significativas, a fim de que possam avançar nos projectos de infra-estrutura transfronteiriços.
Inclusão financeira
Apesar de um avanço ainda lento, o encontro da África do Sul reconheceu o progresso na inclusão financeira e reafirmou a necessidade de integrar, rapidamente, os 1,5 mil milhões de indivíduos não bancarizados restantes no sector financeiro formal a nível global, com foco nas populações-alvo dos ODS (Objectivos de Desenvolvimento Sustentável).
Desta forma, anunciaram, vai-se continuar com um objectivo importante, apesar do progresso feito já na inclusão financeira.
Segundo os ministros das Finanças e governadores dos bancos centrais do G20, há a necessidade de intensificar os esforços para expandir o uso efectivo de serviços e produtos financeiros, particularmente em países em desenvolvimento.
“A Parceria Global para a Inclusão Financeira discutirá um estudo de diagnóstico abrangente, incluindo recomendações de políticas sobre “Passar do Acesso para o Uso” de serviços e produtos financeiros. Apoiou a implementação do Plano de Acção de Inclusão Financeira de 2023 do G20 e os esforços contínuos para reduzir os custos de remessa”, anunciaram em documento.
Branqueamento de capitais Em relação ao tema do Combate ao Branqueamento de Capitais e Financiamento do Terrorismo, o grupo apoiou a Força-Tarefa de Acção Financeira (GAFI) e os órgãos regionais encarregues da supervisão da implementação dos padrões para combater a lavagem de dinheiro, o financiamento do terrorismo e a proliferação em toda a rede global, especialmente no contexto da nova roda de avaliações. Nesse sentido, reiterou a importância de intensificar os esforços globais para implementar, efectivamente, os padrões do GAFI sobre a transparência da propriedade efectiva de pessoas jurídicas e acordos, bem como sobre recuperação de activos e cooperação internacional, para impedir que criminosos ocultem os lucros do crime e para facilitar o retorno desses fluxos financeiros e lucros ilícitos.
A próxima reunião do grupo acontece em Abril, em Washignton DC, EUA.
Presidência sul-africana vai até 30 de Novembro deste ano
A Nigéria e o Egipto são dois países africanos convidados às reuniões do G20, em 2025, durante a presidência sul-africana, iniciada a 1 de Dezembro de 2024 e que vai até 30 de Novembro deste ano.
A cúpula de Chefes de Estado do G20 acontece, exactamente, em Novembro, no fim de uma presidência e arranque da outra, que no caso, para 2026, será a vez dos Estados Unidos da América (EUA).
Angola, em Dezembro, faz-se presente pelo Presidente João Lourenço, na condição de líder da União Africana, instituição com assento, juntamente com a União Europeia e mais 19 países.
Ao longo de 2025, a África do Sul procurará desenvolver uma série de eventos.
Ainda ontem arrancou a primeira reunião do grupo de trabalho sobre a Agricultura. O encontro encerra hoje. Simultaneamente, decorre também a reunião do grupo Anticorrupção, que fecha amanhã (quarta-feira), dia em que acontece uma outra reunião, a do grupo de trabalho sobre o Turismo.
A presidência do G20 consiste na definição de grupos de trabalho, que devem discutir sobre temas específicos.
Na recente reunião realizada em Cape Town (Cidade do Cabo), na África do Sul, uma das vozes ouvidas nas conversas paralelas foi a de Rania Al-Mashat. A ministra do Planeamento, Desenvolvimento Económico e Cooperação Internacional do Egipto, Rania Al-Mashat, pediu, recentemente, por uma reforma financeira na Reunião do G20 na África do Sul.
O Grupo dos Vinte (G20) é composto por 19 países (Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, República da Coreia, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos) e dois organismos regionais: a União Europeia e a União Africana.
A África do Sul é de momento o único país do continente africano no G20.