O sector das Pescas projecta, para este ano, uma produção total de 723.419 toneladas, com uma taxa de cobertura do consumo interno de 96 por cento, em linha com o Plano Nacional de Desenvolvimento 2023/2027.
Em entrevista a ministra das Pescas e Recursos Marinhos, Carmen do Sacramento Neto, garantiu que embora o Total Admissível de Captura (TAC), para estes, corresponda cerca de 400 mil toneladas agregada aos segmentos industrial, semi-industrial e pesca artesanal.
"Neste contexto, afigura-se, com certeza a necessidade do balanço e ajustamento da produção pesqueira (desempenho dos indicadores de produção)", aponta.
O sector das Pescas contribui com 3,0 por cento do PIB nacional e emprega directamente mais de 150.000 pessoas, sendo um pilar da economia azul, garantindo a segurança alimentar e nutricional, mas também, a renda das comunidades envolvidas na pesca extrativa, aquicultura e na salicultura.
Em 2024, segundo a titular da pasta, a produção total do sector atingiu 664.491 toneladas, um crescimento de 10,5 por cento face a 2023, destacando-se a pesca industrial e semi-industrial com um aumento de 8,1 por cento, a pesca marítima artesanal com 10,2 por cento e a aquicultura, que cresceu uns impressionantes 109,2 por cento, atingindo 22.047 toneladas.
A produção de sal registou, no ano passado, um total de 284.644 toneladas com uma taxa de cobertura do consumo interno de 99,67 por cento, superando as metas estabelecidas no PLANAPESCAS, reforçando a capacidade de auto-suficiência e exportação.
"O sector é fundamental para a diversificação da economia, reduzindo a dependência do petróleo, gerando emprego e promovendo investimentos em tecnologia e inovação", sublinhou.
Em 2024, frisou, o país exportou 12.615 toneladas de frutos do mar, com receita total de 33,7 mil milhões de kwanzas, com destaque para os crustáceos, que representaram 74,9 por cento do valor exportado.
A modernização da indústria com novas unidades de processamento, armazenamento e melhoria da cadeia de valor, constitui-se num dos pilares para o fortalecimento da cadeia alimentar e contribuirá para a segurança alimentar.
Os projectos estruturantes, em curso, segundo Carmen do Sacramento Neto, envolvem a construção e reabilitação de portos de pesca em Luanda, Cabinda, Cuanza-Sul e Moçâmedes (Namibe), bem como a modernização de três laboratórios de investigação, designadamente Tômbua, Moçâmedes e Lobito.
Segundo realçou, os avanços incluem a modernização da frota, sistemas de Monitorização por satélite e a instalação de laboratórios certificados para controlo de qualidade.
A cooperação internacional, com ênfase nas parcerias com a Noruega, Espanha, FAO e outros, "trouxe conhecimento técnico e científico que melhorou a gestão dos recursos e impulsionou a investigação sobre as alterações climáticas e a biodiversidade marinha".
Em 2024, o Instituto Nacional de Investigação Pesqueira e da Marinha (INIPM) realizou varias expedições científicas no quadro da abordagem ecossistemática da gestão das pescarias, assim como analisou 1.204 amostras de produtos da pesca para garantir a qualidade higio-sanitária das infra-estruturas de desembarque e de processamento do pescado, essencial para a expansão do mercado de exportação.