O Pólo de Desenvolvimento Industrial da Catumbela-Benguela (PDICB), que actualmente sobrevive, sobretudo, da venda de lotes de terrenos, precisa de novas fontes de receitas e de condições adequadas para impulsionar o sector privado, defendeu, nesta terça-feira, o governador provincial de Benguela.
Manuel Nunes Júnior visitou o parque, tendo destacado a necessidade de mudanças “urgentes” no modelo do financiamento.
Na visão do governante, o actual modelo baseado, exclusivamente, na venda de lotes de terreno não garante sustentabilidade a longo prazo.
“Um pólo que depende apenas da venda de terrenos não é sustentável”, disse, salientando, que os terrenos não são infinitos, pois quando acabarem o negócio termina. O governo provincial, sublinhou, enquanto sócio da infra-estrutura, já está a estudar soluções para inverter o actual cenário.
Melhoria dos acessos
O governador provincial de Benguela realçou a necessidade de apostar na melhoria dos acessos e na criação de infra-estruturas básicas para as empresas já instaladas e para futuras indústrias. O objectivo, explicou, é de o Pólo passar a financiar-se através da cobrança de taxas pelos serviços que presta, o que vai permitir cobrir despesas correntes e realizar investimentos pontuais.
Manuel Nunes Júnior destacou que os acessos ao perímetro continuam a ser o maior entrave para o desenvolvimento. De acordo com o governante, as deficiências nas vias rodoviárias afastam potenciais investidores e limitam a operacionalidade das empresas já instaladas.
Papel estratégico
O PDICB, reconheceu, tem potencial para desempenhar um papel estratégico na diversificação da economia de Benguela e no reforço do Corredor do Lobito, através do estímulo ao investimento em sectores como o da Indústria e da Agro-indústria.
O pólo, acrescentou, poderá, no futuro, contribuir, também, para o aumento das exportações da província.
O responsável assinalou que os serviços de energia eléctrica estão relativamente estáveis e garantiu que o abastecimento de água deverá melhorar ainda este ano, fruto da execução dos trabalhos do projecto de fornecimento de água aos municípios do litoral da província e da perfuração de novos furos no Chiulo.
“As perspectivas são boas, sobretudo no que toca à água. Já em finais deste ano, poderemos registar melhorias significativas neste domínio”, garantiu.
Outro ponto identificado pelo governador tem a ver com a disputa administrativa sobre a arrecadação de receitas fiscais entre as administrações municipais da Catumbela e do Lobito.
O problema reside no facto de algumas empresas estarem localizadas fisicamente no Pólo de Desenvolvimento Industrial da Catumbela, mas possuírem direitos de superfície emitidos pelo município.
Manuel Nunes Júnior assegurou que ambas as administrações já foram instruídas a resolver a situação “de forma técnica e célere”.