O Ministério da Saúde (Minsa) iniciou, nesta quinta-feira, "ensaios dos testes de concordância" a 200 pessoas, para o diagnóstico da covid-19, informou, nesta cidade, o secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda.
Numa altura em que as autoridades exigem o confinamento social e saída às ruas só em casos de urgência, centenas de pessoas na capital do país continuam a expor-se à contaminação, em ambientes de risco, como pontos de venda de bebidas alcoólicas.
Os aglomerados são frequentes durante a semana e aos finais de semanas, apesar do reforço do efectivo policial para desencorajar a presença de pessoas na via pública.
Desde 27 de Março último, está proibida a circulação e permanência de pessoas na via pública, sendo que só estão autorizados a sair os trabalhadores devidamente credenciados pelas empresas.
À luz do Decreto Presidencial que criou as normas do Estado de Emergência, prorrogado a 11 de Abril, os cidadãos comuns podem sair à rua apenas para adquirir produtos essenciais, como comida, água, gás, medicamentos, buscar assistência médica ou realizar outras acções urgentes.
Para reduzir os ajuntamentos desnecessários, o Governo restringiu a venda ambulante e nos mercados informais, que está a ser feita três vezes por semana (terça-feira, quinta-feira e sábado).
Entretanto, continua visível a presença de pessoas em locais de venda bebidas alcoólicas, maioritariamente jovens, sem o uso de máscaras, de álcool em gel, de água e sabão, e sem cumprir com a exigência do distanciamento de pelo menos um metro.
Ouvidos pela ANGOP, alguns munícipes alegaram que estão a sair à rua porque Angola não regista novos casos de covi-19 há oito dias, sustentando que, para eles, "a situação está estável".
A propósito, as autoridades sanitárias angolanas advertem que o confinamento e a lavagem permanente das mãos devem continuar a ser cumpridos com rigor, tendo em conta que ainda há a possibilidade de infecções em massa nas comunidades, até ao mês de Junho.
Até ao momento, o País registou 19 casos positivos, dos quais cinco recuperados e dois mortos.
Todos os casos foram "importados", não havendo contaminação comunitária.
Entretanto, conforme as previsões do Governo, em caso de contaminação nas comunidades, Angola pode registar pelo menos 10 mil casos positivos até Junho, caso não sejam cumpridas todas as normas de prevenção e segurança impostas aos cidadãos.
Segundo as autoridades, é muito arriscado deixar pessoas concentradas nas ruas, frequentemente e sem necessidade, tendo em conta que o risco de contaminação ainda é alto.
Uma fonte sanitária da ANGOP afirmou, a propósito do assunto, que estas pessoas são potenciais agentes de contaminação, porque "ficam em grupos, fumam o mesmo cigarro, bebem nas mesmas garrafas e nos mesmos copos (...)", de dia e de noite.
"Assim, o risco de contágio entre eles é muito grande", alertou a fonte.
Conquanto, ao contrário da periferia, em grande parte das zonas urbanas de Luanda, a partir das 13h00, o cenário tem sido totalmente diferente.
A partir desse horário, as ruas ficam quase desertas, circulando apenas pessoas autorizadas ou que saiam em busca de serviços essenciais.