O país necessita de 2,2 milhões de moradias para reduzir o actual défice habitacional, anunciou, nesta quarta-feira, na cidade do Uíge, o ministro das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação. Carlos Alberto dos Santos, que cumpre uma visita de trabalho de três dias às terras cafeícolas, avançou que, se nada for feito, aliado ao crescimento populacional, este défice poderá ascender a quatro milhões até 2050.
"O Executivo já investiu muito em centralidades, urbanizações e habitações sociais. Construiu cerca de 350 mil habitações que permitiram alojar mais de dois milhões de habitantes”, lembrou o ministro, que defendeu a necessidade do envolvimento de agentes privados no sector imobiliário.
No domínio das infra-estruturas rodoviárias, o governante adiantou, na ocasião, que as obras de reabilitação do troço de 89 quilómetros que interliga os municípios de Sanza Pombo e Buengas ficarão concluídas no próximo ano. Carlos Alberto dos Santos falou, igualmente, da estrada de ligação entre as províncias do Uíge e do Zaire. "A outra novidade que trouxemos tem a ver com a reabilitação da estrada de ligação Uíge/Zaire, que foi abordada no último conselho de governação local e que já fizemos a apresentação na província do Zaire. Viemos agora fazer a apresentação na província do Uíge”, referiu.
Do lado do Uíge, esclareceu, a referida via terá uma extensão acima de 100 quilómetros, que deverá ter início na região do Lucunga, com dois ramais: um para o município do Bembe e outro para o do Songo. Realçou que a estrada será construída num modelo novo, de terra, mas com estabilizador de solos, isto no âmbito da redução dos custos das obras públicas.
O ministro falou também da reabilitação das vias terciárias, tendo informado que, na província do Uíge, o levantamento feito é de 81 troços. No entanto, é preciso que o Governo local defina os prioritários para que a empreitada possa iniciar no próximo ano. "Esta visita enquadra-se na redefinição das prioridades, porque estamos todos a fazer o Orçamento Geral do Estado (OGE) 2025”, pontualizou o titular da pasta das Obras Públicas, que notou, por outro lado, que, em relação às ravinas, no contexto nacional, a província do Uíge está no topo da lista, seguida das Lundas Norte e Sul, sem, contudo, ter avançado dados estatísticos.
"Constitui um desafio; há a necessidade de concertar um pacote de ravinas prioritárias. Já fizemos, aqui no Uíge, algumas intervenções boas. Agora viemos, não só discutir um segundo pacote prioritário, mas também definir um modelo novo. A partir de agora, o órgão central trata das ravinas que estão em estado de progressão. Todas aquelas ravinas que estão em formação passarão a ser da responsabilidade local”, salientou.
Em função disso, acrescentou, há a necessidade não só de se formar os quadros, mas também de dotar o Governo e as Administrações municipais de pequenos meios para poderem fazer o combate atempado deste fenómeno (ravinas).
Dez pontes metálicas
O ministro das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação anunciou, ainda, que a região beneficiará nos próximos tempos de 10 pontes metálicas, no âmbito de um acordo com os Estados Unidos da América.
À chegada, Carlos Alberto dos Santos manteve um encontro com o governador provincial do Uíge, José Carvalho da Rocha, e em seguida, visitou alguns edifícios degradados na cidade do Uíge, bem como avaliou o estado de conservação da estrada Uíge/Dambi/Negage.
Hoje, o ministro trabalha nos municípios de Sanza Pombo e Buengas, a fim de constatar as as empreitadas ali em curso, com destaque para as obras de reabilitação da estrada que interliga a sede municipal de Sanza Pombo às localidades de Cuilo Pombo, Quimbianda e Buengas. A jornada do ministro encerra amanhã com a visita aos lotes para autoconstrução dirigida, no bairro Catapa, arredores da cidade do Uíge.