A escavação do túnel de restituição da central principal de cinco quilómetros do projecto Hidroeléctrico da Barragem de Caculo-Cabaça, na comuna do São Pedro da Quilemba, município de Cambambe, província do Cuanza-Norte, encontra-se a mais de 60 por cento de execução física realizada, avançou no último final de semana, o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges.
Durante uma visita de constatação, para avaliar o nível de andamento das obras de construção da barragem, o ministro da Energia e Águas, informou que os trabalhos da escavação da casa de força decorrem a bom ritmo e espera que até Abril do próximo ano sejam concluídas.
Conforme referiu, em termos globais, a construção da barragem hidroeléctrica de Caculo-Cabaça encontra-se em cerca de 25 por cento de execução física.“Os trabalhos de escavação e outros de âmbito civil são as que maiores dificuldades apresentam nesta altura, mas que ficam concluídas em 2025, dando assim início a montagem dos equipamentos das partes hidromecânicas e electromecânico.
João Baptista Borges recordou que quando os trabalhos de construção da barragem estiverem concluídos, vai torná-lo no maior empreendimento hidroeléctrico do país e uns dos melhores do mundo, ostentando uma capacidade de geração de 2.770 Megawatts de potência de energia instalada.
Segundo o titular da pasta do pelouro, um outro constrangimento prende-se com o asseguramento dos pagamentos de uma linha de crédito, que encontram dificuldades de liquidação desde Março último e espera que tal situação seja resolvida em breve para que o ritmo de execução financeira, seja igual à física.
O ministro visitou de igual modo a tomada de água, uma construção parcialmente enterrada, onde vai ser feito adução das águas para as máquinas (turbinas) e a barragem onde se formará o reservatório, que considerou que está com um avanço já significativo.
Características da barragem
O projecto do Aproveitamento Hidroeléctrico de Caculo-Cabaça começou em Junho de 2015, com a previsão de execução para um período de 80 meses, foi redimensionados para final de 2026, devido à crise financeira e a pandemia da Civid-19, que influenciaram no abrandamento dos trabalhos.
A barragem é do estilo gravitacional, feita através de betão compactado com cilindro, com 553 metros de comprimento, 103 de altura e nove de largura de coroamento. Tem um caudal de dimensionamento de 1.020 metros cúbicos por segundo.
Terá cinco turbinas mecânicas, cada uma delas com capacidade de gerar 530 megawatts, para além de uma outra de índole ecológica de 52 megawatts. A nível da sua estrutura, a barragem vai ter ainda duas subestações que vão gerar mais de 600 megawatts.
O desvio do rio é feito através de dois túneis de secção transversal de ferradura de 14,4 por 14,4, onde um deles terá um total de 412 metros e outro com de 353, totalmente concluídos. A barragem vai contar ainda com uma central ecológica, a ser implementada de forma a jusante, na margem esquerda, que terá uma capacidade de 52 megawatts. O primeiro túnel terá uma extensão de 5.113 metros e o segundo está a ser projectado com um espaço de 5.162, cuja função vai ser a devolução