08 Oct 2021
30 POR CENTO DOS ANGOLANOS SÃO CONSIDERADOS HIPERTENSOS
Especialistas indicam que a maioria desconhece ser portadora da doença e que os dados dão conta que a taxa de prevalência é mais elevada em cidadãos maiores de 18 anos.
Estes dados foram tornados públicos, esta quinta-feira (7) em Luanda, pela cardiologista Marisa Pina Neto, à margem do V Congresso de Cardiologia e Hipertensão.
"Tivemos, apenas, em conta o número de casos que dão entrada nos principais hospitais do país, porque em Angola não há estatísticas reais sobre as doenças cardiovasculares, para se auferir o ponto de situação das cardiopatias”, disse Marisa Pina Neto, na qualidade de presidente do V Congresso de Cardiologia e Hipertensão, iniciado ontem.
Acrescentou que a hipertensão arterial, doenças vasculares reumáticas, insuficiência cardíaca e os enfartes lideram a lista das doenças cardiovasculares, o que preocupa a sociedade angolana de cardialgia, porque "notamos que Angola já é um país com índice de prevalência alto”.
Marisa Pina Neto, que, depois da abertura do congresso, falou sobre "A incidência da hipertensão em Angola”, disse que existe um conjunto de situações que concorrem para o surgimento da hipertensão, tal como factores socioeconómicos, stress, sedentarismo, genética e estilo de vida que muitos tendem em aderir.
Segundo a cardiologista, o número de pacientes com hipertensão tende a aumentar, porque as pessoas são muito resistentes quando se trata de mudar o estilo de vida e, também, mostram resistência em aceitar a doença e tomar a medicação de forma regular, do jeito que os médicos prescrevem.
A médica aconselha a diminuição do açúcar e da gordura na alimentação, bem como exercícios físicos diários, por 30 minutos no mínimo. De referir que o país conta com 100 cardiologistas, para cerca de trinta milhões de habitantes.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 51% das mortes por Acidente Vascular Cerebral (AVC) e 45% das mortes relacionadas com problemas cardíacos decorrem da hipertensão. A OMS estima que, até 2030, as doenças cardiovasculares serão responsáveis pela morte de 23,6 milhões de pessoas, em todo o mundo.
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Jornal de Angola | 08 Oct 2021