Angola acolhe, em Maio de 2025, a 11.ª Conferência sobre Ensino e Aprendizagem, em simultâneo com a 14.ª Mesa- Redonda da Federação Africana de Autoridades Reguladoras do Ensino (AFTRA), anunciou, nesta terça-feira, em Luanda, o secretário de Estado para Educação Pré-escolar e Ensino Primário.
Pacheco Francisco falava durante a abertura da primeira reunião preparatória do Conselho Executivo da Federação Africana de Autoridades Reguladoras do Ensino (AFTRA), enquadrada na promoção de uma Educação de qualidade, equitativa e inclusiva.
A reunião decorreu sob o lema, "Sem Deixar Ninguém para Trás”, de acordo com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, da Agenda 2030.
O governante explicou que para uma Educação de qualidade, é necessário a presença de um corpo docente rigoroso, competentemente formado com as valências e exigências das novas tecnologias de informação, assim como inovadora na abordagem do processo de ensino.
O secretário de Estado para Educação Pré-escolar e Ensino Primário pediu a envolvência de todos para que desenvolvam o ensino no continente africano, de forma a garantir a merecida qualidade que as crianças precisam.
O responsável realçou que uma das preocupações dos Estados-membros da AFTRA é realizar avaliações para manter uma qualidade de excelência, a nível do ensino.
"Angola, em particular, tem grande preocupação no ensino e aprendizagem, porque às vezes as crianças não aprendem como deve ser, por esta razão temos de reflectir bastante e criar sinergias, no sentido de melhorar a qualidade da Educação”, destacou.
O dirigente revelou que a maior preocupação do Ministério da Educação é capacitar os professores, tendo em conta que a qualidade do ensino passa necessariamente por eles.
Condições de trabalho
Em relação às condições de trabalho, o secretário de Estado Pacheco Francisco considera que a taxa de natalidade no país é alta e faz com que haja excesso de alunos nas salas de aula.
Esclareceu que o Executivo tem feito o possível para que as condições sejam melhoradas, primando pela construção de mais escolas e apetrechamento de outras.
O Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2023-2027, referiu, contempla diversos programas, com destaque para a expansão e modernização do sistema educativo, que passa pela oferta de um número cada vez maior de estabelecimentos de ensino, para que se aumente o número de alunos nas escolas.
O secretário de Estado para Educação Pré-escolar e Ensino Primário informou, ainda, que o Programa de Formação de Quadros está enquadrado na capacitação inicial e contínua dos professores e gestores escolares.
O secretário de Estado informou que no PDN estão incluídos programas de desenvolvimento, que consistem na construção, reabilitação e apetrechamento de recursos didácticos, assim como actualização dos planos curriculares para a melhoria da qualidade de ensino da 5ª e 6ª classes.
O PDN permitiu, ainda, a recuperação do atraso escolar no ensino regular, que já inseriu e corrigiu 3.216.489 de alunos no sistema de ensino.
Deste plano, constam, também, a implementação do curso de Mestrado em Metodologias Específicas de Educação Pré-Escolar, Ensino Primário e Ensino da Língua Portuguesa, incentivo e interesse pelas Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM), assim como o alargamento da oferta formativa do Ensino Técnico-Profissional para o fortalecimento do desenvolvimento do capital humano no país.
Garantia da qualidade
Na ocasião, o presidente da AFTRA, Josiah Ajiboye, destacou que o evento do próximo ano vai servir de uma plataforma para análise e abordagem do nível de Educação e do profissionalismo no sector em África, assim como perspectivar as metas dos próximos anos.
De acordo com o relatório publicado, recentemente, pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), destaca-se a falta de cerca de 44 milhões de professores, em todo o mundo, sendo que em África o défice é de 15 milhões.
Angola é membro da Federação Africana de Autoridades Reguladoras do Ensino (AFTRA) há dez anos, uma organização fiscalizadora do ensino e valorização dos professores, composta por 25 países.