A Fazenda Pungo Andongo, uma das infra-estruturas alienadas pelo Estado angolano, em 2021, está em fase de recuperação dos equipamentos e campos agrícolas, no Pólo Agro-industrial de Capanda, no município de Cacuso, Malanje.
A informação foi avançada nesta terça-feira, pelo o técnico agrônomo da Fazenda, Braulio Rodrigues, durante a visita do governador provincial, Marcos Nhunga, às empresas do sector agrícola "Pungo Andongo" e “Espaço Agricola”, onde avaliou o nível de produção e constrangimentos decorrentes da actividade produtiva.
A Fazenda "Pungo Andongo" está instalada numa área total de 33 mil hectares, dos quais 1.000 em exploração, onde estão a produzir milho e soja, com previsão de colher três toneladas de soja e cinco de milho, por hectare. O restante está ocupado pela Empresa de Bioenergias de Angola (BIOCOM).
A unidade possui oito silos com capacidade para o armazenamento de 33 mil toneladas de milho.
No início da recuperação do projecto, a produção era vendida a granel, mas para o próximo ano perspectiva-se a comercialização da fuba de milho.
O empreendimento agrícola dispõe de duas unidades fabris para o processamento de ração e fuba de milho.
A fábrica de fuba tem capacidade para produzir quatro toneladas por hora e cinco toneladas para a produção de ração animal.Na campanha agrícola 2023- 2024, foram cultivados 800 hectares de milho e 200 de soja.
No mesmo período foram colhidos 1800 toneladas de milho e 200 de soja. Uma das grandes dificuldades por que passa a Fazenda Pungo Andongo tem a ver com a falta de um sistema de irrigação.Daí que a produção ainda feita no regime de sequeiro.
Para isso, frisou o técnico agrônomo da unidade agrícola, está na forja um financiamento para a montagem de uma área irrigada de até quatro mil hectares, dos 1.200, numa primeira fase, que vai exigir 22 pivôs para o processo de irrigação.
Fazenda “Espaço Agricola”
Na Fazenda agro-pecuária “Espaço Agricola”, localizada numa área de 2 mil hectares de terras, no Pólo Agroindustrial de Capanda, no município de Cacuso, Malanje, o governador provincial ficou a saber que a unidade está a produzir cinco mil ovos por mês.
Segundo o gerente da unidade agrícola, Paulo Pereira, a Fazenda "Espaço Agrícola" conta, nesta altura, com 300 suínos, 200 bovinos e 1.000 galinhas, com perspectiva de produzir carne.
O empreendimento agro-pecuário com um investimento de meio milhão de euros, está a apostar num projecto de desenvolvimento da agricultura comercial, numa área de 50 hectares para produzir milho e feijão.
A empresa agrícola está concentrada, igualmente, nas hortícolas, café, frutas e legumes que constitui a maior produção da fazenda.
Paulo Pereira acrescentou que a empresa deu início com a produção, há oito anos, e cujo projecto resulta de um plano de negócio que havia sido remetido à extinta Agência Nacional Nacional para o Investimento Privado (ANIP), e que criou 200 postos de trabalho directos.
Incentivo ao sector produtivo privado
O governador provincial de Malanje, Marcos Nhunga, referiu que as visitas de constatação às duas unidades do sector Agrícola, do Pólo de Capanda, servem para criar um ambiente de diálogo entre as empresas, e ajudar a dinamizar o sector privado.
“Temos estado a coordenar com todos os produtores comerciais para se encontrar soluções sobre a estrutura do custo de produção, daí que estamos a pensar numa estratégia para baixar os custos dos fertilizantes, pesticidas e as sementes”, disse o governante.
Marcos Nhunga prometeu visitar as fazendas instaladas nos municípios de Cangandala, com realce para a SOPEMBA, as três fazendas agregadas de produção de arroz em Luquembo, no caso, a Marsiris, Grão de Esperança e Planeta Verde. As unidades vão produzir 15 mil toneladas do cereal nesta região, a par de Cambundi Catembo, entre outras fazendas para aferir os constrangimentos e os níveis de produção.
Malanje, disse, tem estado a registar altos níveis de produção, com destaque para o arroz e a batata rena.