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INSTITUIÇÕES PÚBLICAS E PRIVADAS DEVEM ABSORVER AS INICIATIVAS DAS STARTUPS

  14 Apr 2022

INSTITUIÇÕES PÚBLICAS E PRIVADAS DEVEM ABSORVER AS INICIATIVAS DAS STARTUPS

O Vice-Presidente da República considerou, em Luanda, que é imperioso as instituições e as grandes empresas públicas e privadas absorverem as iniciativas das startups, abraçando-as e dando mais oportunidades para o génio e o talento dos jovens angolanos.

Bornito de Sousa discursou, esta quarta-feira, na abertura do Angola Digital Fórum 2022. Disse que é preciso continuar a promover oportunidades do género, para o surgimento, apresentação de startups e projectos de inovação tecnológica, como o Fórum Angotic, pelo seu papel no tratamento das agendas e temáticas de transformação digital.

Mostrou-se esperançoso que ADF se torne, também, numa referência no calendário nacional de eventos sobre tecnologias de informação e transformação digital em Angola, juntando os principais actores do sector (os chamados startupers) e agentes da política, das finanças, dos negócios, da gestão e da academia.

"Que este Angola Digital Fórum 2022 seja o palco ideal para o debate sobre a melhor forma de encurtar a distância entre os problemas e desafios da nossa Angola, ainda sem resposta, e as soluções propostas pelo génio criativo angolano, com recurso à tecnologia e à inovação. Partilhemos as boas práticas e iniciativas, quer através de eventos como este, como por meio de obras literárias, estudos técnicos e científicos”, exortou.

O Vice-Presidente da República destacou a quantidade e a qualidade de iniciativas de startups angolanas que visam propor soluções inovadoras e, de certo modo, disruptivas nas áreas da Educação e Ensino, da Saúde, da Agricultura e Pescas, dos Petróleos e do Gás, da Cultura, Turismo e Ambiente e de serviços como o Comércio, a Fiscalidade, a Restauração, os Transportes e Logística.

"Appy Saúde, Tupuca, Kubinga, BayQi, Paya, Sócia, Muilo, Neurokandengues, Qbinary, Renascer do Saber e Roque Online são alguns dos projectos propostos por startups angolanas que revelam o grande talento e capacidade criativa dos jovens”, exemplificou.

Bornito de Sousa referiu que está atento ao que acontece, sublinhando que tem seguido a formação e capacitação de jovens nas áreas de Telecomunicações e Tecnologias de Informação, Segurança Informática e Comunicação via Satélite, no quadro do Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional.

"Muito recentemente testemunhamos o surgimento da incubadora Digital.ao, cujo principal objectivo é disponibilizar soluções e suporte de infra-estruturas de tecnologias de informação para negócios empresariais”, recordou.

Segundo o Vice-Presidente da República, com o Livro Branco das Tecnologias de Informação a servir de umbrela da estratégia nacional de transformação digital, acompanha-se todo o esforço do Executivo no sentido de conferir maior robustez ao parque de infra-estruturas de comunicações electrónicas, a universalização do acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação, através da expansão de pontos de acesso à Internet e da rede de mediatecas.

Reafirmou que a inovação e a transformação digital têm presença de relevo na agenda oficial do Vice-Presidente, enquanto órgão auxiliar do Presidente da República, justificando-se pelo número de audiências, visitas e outras ocasiões criadas para auscultar e partilhar com jovens empreendedores ligados a startups, as suas ideias, os sonhos e projectos, nas chamadas novas tecnologias.

Transformação digital em Angola

O director nacional das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, Matias Borges, apontou que o sector tem implementado estratégias com o objectivo de melhorar a prestação de serviços aos cidadãos e facilitar o acesso ao serviço universal, face às novas exigências sociais.

Acrescentou que, diante do impulso necessário para melhor satisfação dos cidadãos, é preciso que a tecnologia promova serviços públicos digitais, viabilize o acesso à informação e amplie a participação social na construção de políticas abrangentes.

Apresentou a aplicação da tecnologia nas políticas públicas como um dos factores determinantes para o desenvolvimento económico e social do país. "As TIC são uma ponte para este novo modelo de gestão, mostra um caminho para seguir, na jornada, para desburocratizar, modernizar, fortalecer e simplificar a relação com os cidadãos e as empresas”, frisou.

Matias Borges disse que, entre 2005 e 2020, se investiu na construção de infra-estruturas na ordem de mais de três biliões de dólares norte-americanos. No mesmo período, segundo ainda o director nacional das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, foram instalados mais de 2 500 sites no país e reconheceu ter havido "um investimento considerável na formação de quadros nacionais”.

Reforçou que a estratégia do Governo é instalar mais três mil sites. Numa primeira fase serão 868 para a expansão da cobertura nas zonas rurais.

O Executivo, realçou, reconhece, de uma forma inequívoca, que as TIC constituem um importante elemento indutor do desenvolvimento social, da prosperidade económica do país, como um motor da luta contra a pobreza e a exclusão social, considerando-as catalisadoras da modernidade e do progresso do povo angolano, assentes na edificação da sociedade de informação e do conhecimento.

Acrescentou que tem sido prioridade do Executivo assegurar a universalidade do acesso às TIC e, por via destes, os serviços da Sociedade de Informação: "Os principais indicadores de desenvolvimento do país demonstram que se tem registado um progresso recente notável ao nível social e económico, para o qual muito tem contribuído a evolução favorável do sector das TIC”.

De acordo com Matias Borges, o estágio da reforma das TIC, actualmente em finalização, engloba a reestruturação do sector de modo a adequá-lo aos novos desafios de desenvolvimento social e tecnológico.

Referiu-se também ao estágio de desenvolvimento, uma dinâmica aos diversos segmentos de negócio, abrindo outros paradigmas e perspectivas de adopção de novas tecnologias e ao estágio de liderança, solidificando todos os ganhos das fases anteriores para assumir uma posição líder em África.

Desafios e oportunidades

Como desafios e oportunidades, Matias Borges apresentou o desenvolvimento de uma infra-estrutura de Telecomunicações e Tecnologias de Informação robusta, capaz de servir todo o território nacional e a população, a preços acessíveis, a garantia do acesso universal às TIC, a integração de forma eficaz, os investimentos dispersos em curso, o asseguramento das ligações internacionais necessárias à inserção de Angola no mundo global, e a promoção de uma ges-tão eficiente do espectro radioeléctrico.

A visão e estratégia para as TIC está direccionada em dar continuidade ao desenvolvimento das infra-estruturas fundamentais que asseguram a economia e a aceleração para a transformação digital, como princípio basilar para a modernização da sociedade de informação e do conhecimento, bem como para a inserção do país, na co-liderança das Tecnologias de Informação e Comunicação na SADC, observou.

Como visão para as TIC, na perspectiva de Matias Borges, pretende-se assegurar o acesso universal de toda a população angolana ao serviço universal de comunicações electrónicas, consolidar a liberalização dos diversos segmentos de mercado e a conjugação dos esforços de vários actores, incentivando a complementariedade dos investimentos e a partilha de infra-estruturas, paralelamente à promoção de uma ampla concorrência, gerir de forma equilibrada a participação do Estado.

Ressaltou que, com isso, tudo deve ser focalizado na acção do papel de formulador, orientador e promotor das políticas de desenvolvimento sectorial, promover o desenvolvimento da infra-estrutura de banda larga adequada ao necessário crescimento socioeconómico do país, propiciando o acesso ao digital, a erradicação da pobreza e o aumento da literacia digital.

Andrea Moreno, CEO da PetroShore, empresa que disponibilizou desde dia 13 de Abril, a plataforma PCBSCampus.com, - para os países africanos de língua portuguesa, e também para o Brasil e Portugal -, admitiu no lançamento do projecto que "não há recursos naturais que valham ao volume da população jovem que reside em toda a África”, pelo que a grande via será "o conhecimento e as competências”, não só para o acesso ao mercado de trabalho como para a formação do espírito crítico.

Reiterou que "a plataforma PCBSCampus está online desde terça-feira, por subscrição mensal, com acesso ilimitado a cursos de 28 áreas do conhecimento, 840 cursos por ano e 70 novos cursos a cada mês. Todos os cursos têm reconhecimento internacional CPD, do Reino Unido”.

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