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CONSÓRCIO PRESSIONA LIGAÇÃO  DO CORREDOR  DO LOBITO À RDC

  08 Sep 2022

CONSÓRCIO PRESSIONA LIGAÇÃO DO CORREDOR DO LOBITO À RDC

O grupo concessionário do Corredor do Lobito está em contacto com as autoridades da República Democrática do Congo e com a Sociedade Nacional de Caminhos-de-Ferro Congoleses para a reactivação, no mais curto espaço de tempo, da ferrovia que liga a antiga Katanga ao Caminho-de-Ferro de Benguela.

Trata-se de uma extensão de 456 km entre as minas congolesas e a cidade angolana do Luau, no Moxico, que carece de reabilitação. Ainda antes de serem formalmente anunciados como vencedores do concurso público da concessão do Corredor do Lobito, o que ocorreu em Julho, a Mota-Engil, a Trafigura e Vecturis estavam já em contacto com as autoridades da República Democrática do Congo (RDC) com vista ao desenvolvimento das ferrovias da província mineira de Lualaba.

As movimentações do grupo europeu, reveladas ontem pelo site Africa Intelligence, visam a requalificação dos 456 km de caminho-de-ferro que liga Luau à cidade congolesa de Kolwezi, e com a qual se reactivaria integralmente o corredor ferroviário de 1800 km entre o Lobito e as principais minas de cobre e cobalto da RDC.

Como resultado destas conversações, afirma a publicação, o consórcio europeu e a Sociedade Nacional de Caminhos-de-Ferro Congoleses (SNCC, sigla em francês) poderiam concluir em breve um acordo para financiamento e apoio técnico para aquisição de novas locomotivas e para a "reabilitação de secções-chave” da ferrovia congolesa entre Dilolo (fronteira RDC/Angola), Kolwezi e o importante centro mineiro de Tenke.

O site relembra ainda que Kinshasa e Luanda assinaram já uma convenção para permitir a passagem de vagões angolanos para a RDC e vice-versa, o que pressupõe apenas a mudança de locomotiva na fronteira.

Os contactos com as autoridades congolesas e a SNCC foram directamente lideradas por Eric Peiffer, co-fundador da Vecturis, Alexandre Canas, director-geral da Trafigura em Angola, e Roberto Barbosa Vidal Ferreira, director de desenvolvimento da Mota-Engil, informa a Africa Intelligence.

A participação da Trafigura em projectos mineiros na RDC e no consórcio que vai gerir o Corredor do Lobito, torna a reabilitação da ferrovia congolesa ainda mais determinante para a empresa.

Segundo a notícia, a divisão de metais e minerais da multinacional suíça tem estado a negociar nos últimos meses novos contratos com mineiras na RDC para a compra de cobre e cobalto e para o transporte de minerais.

Outras corporações mineiras, como a Ivanhoe Mines, responsável pelo mega-projecto de prospecção de cobre "Kamoa-Kakula”, surgem entre os interessados na reactivação dos 1800 km da ferrovia Lobito – Kolwezi, a via mais curta entre uma saída oceânica e as minas congolesas. Como sinal deste interesse, refere a Africa Intelligence, este grupo mineiro já enviou ao Lobito uma equipa para adquirir espaço de armazenamento no porto.

O Ministério dos Transportes angolano anunciou, a 19 de Julho, a concessão do Corredor do Lobito ao consórcio europeu Mota-Engil, Trafigura e Vecturis. Neste momento, falta apenas a assinatura do contrato de concessão.

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