Fin Adviser

Todas Notícias > BANCO ÁRABE VAI FINANCIAR EMPRESAS ANGOLANAS

BANCO ÁRABE VAI FINANCIAR EMPRESAS ANGOLANAS

  24 Jan 2023

BANCO ÁRABE VAI FINANCIAR EMPRESAS ANGOLANAS

As empresas nacionais poderão ter acesso aos financiamentos do Banco Árabe de Desenvolvimento Africano (BADEA), através do seu fundo de capital privado para a concretização dos projectos de investimentos fora do sector petrolífero.

A garantia foi dada pelo representante do Badea, Sidi Ould Tah, na mesa redonda sobre financiamento de infra-estruturas em África, realizada segunda-feira, em Luanda.

O responsável disse que existe muita liquidez e financiamento no banco para ser alocada às entidades públicas e privadas, "mas os operadores comerciais não sabem como acederem a esses fundos para tornarem os projectos concretizados".

Sidi Tah sustentou que os investidores africanos não sabem fazer uma apresentação adequada para acederem aos fundos, por isso, os bancos têm muitas dificuldades em conceder esses financiamentos.

Para o técnico, ao investidor africano falta-lhe comunicação e tradução das informações contabilísticas para atrair os financiamentos.

"O banco gere um fundo de investimento sedeado no Dubai e no Botswana com escritórios no Zimbabwe, Cote D' Ivoire e França e estamos a levar esses fundos para o Badea conceder financiamento aos empresários africanos sobretudo, angolanos".

Disse que os peritos do banco vão trabalhar no país para identificar os projectos rentáveis das instituições para serem financiadas.

"O Badea está em Angola para financiar projectos fora do sector petrolífero, pois ficamos a saber que aqui não há só petróleo, mas pode-se investir noutras áreas como nas telecomunicações, energia e infra-estruturas" disse.

Assegurou que os fundos de investimento são uma das grandes soluções para financiamentos de projectos no continente, pois fornecem muitas vantagens para o investidor.

Potencial angolano

Por seu turno, o ex-primeiro ministro da Guiné Conakry, Mohamed Béavogui, disse que África, em particular Angola tem um grande potencial agrícola e industrial que precisa ser desenvolvido, mas falta investimento para transformar esse desiderato em bens de consumo imediato.

"O continente africano não tem sido, até hoje, capaz de produzir os seus próprios alimentos na sua plenitude por falta de investimento na agro-indústria".

O antigo governante disse que 80 por cento da produção agrícola no continente ainda é proveniente da agricultura familiar. "Deve haver mais financiamento na agricultura para aproveitar 1/3 da reserva de terras cultiváveis", disse.

Avançou igualmente que para um país como Angola possa desenvolver-se rapidamente é necessário que se invista mais em infra-estruturas agrícolas, como estradas, pontes e na energia.

Mas esses financiamentos, segundo disse, só serão concedidos se tiverem projectos viáveis que garantam o retorno do capital investido, pois os bancos não gostam de correr riscos.

"O sector agrícola é bastante complexo devido aos fenómenos naturais, como pragas, catástrofes e outros, por isso, o Badea criou mecanismos para contrapor essas crises, como o plano de seguro que protege os agricultores desses fenómenos".

Mohamed Béavogui, disse que os fundos de investimentos gastam anualmente 16 biliões de dólares para apoiar os países afectados por factores climáticos.

"Por isso, Angola tem condições para beneficiar de financiamentos dos fundos do Badea, para a criação de empresas resilientes capazes de criar mais empregos para jovens e mulheres.

تشاندينهو