Os sistemas pré e pós-pago da Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE) foi restabelecido, nesta quarta-feira, às 14h00, depois de três dias de paralisação, segundo o porta-voz da instituição.
Segundo Lauro Fortunato, uma "anomalia técnica” causou indisponibilidade temporária do serviço, que, referiu, estará disponível faseadamente em todo o país, começando pelo sistema presencial e em seguida abrangendo outros canais habituais de pagamento.
"Estamos a trabalhar para ultrapassar a anomalia o mais breve possível em todo o país", sublinhou, acrescentando que a ENDE está preocupada com os transtornos que a situação causou a mais de dois milhões de clientes, dos quais 900 mil do sistema pré-pago, cujas recargas terminaram.
Numa ronda efectuada, ontem, em Luanda, os clientes do sistema pré-pago da ENDE manifestaram-se agastado com a situação.
Mel Morais, moradora do Tala Hady, no Cazenga, disse que, desde que passou para o sistema pré-pago, é a primeira vez que teve dificuldades em adquirir o cartão de recarga de energia. "Já estou nessa condição desde a madrugada de segunda-feira. Não consigo ver o que se passa no mundo e no país. Estou cansado de ir à casa dos outros”.
Daniela Manuel, moradora do KK5000, contou que adquiriu a recarga às 19h00 de domingo, mas, por esquecimento, não a usou e quando notou que ficou sem energia, na segunda-feira, tentou usá-la, sem sucesso. "O meu filho comprou a recarga um dia antes e, até agora, não conseguimos carregar. Viver nesta centralidade sem energia é perigoso, devido aos assaltos”.
José Fuxi, dono de um restaurante, nas imediações do Projecto Nova Vida, agastado com a falta de energia em casa e no local de serviço, solicitou a resolução do problema o mais rápido possível.
A falha registada no sistema informático fez com que moradores de vários pontos de Luanda percorressem a cidade em busca de uma agência onde podessem fazer o pagamento pré-pago.
Na manhã de ontem, a equipa de reportagem do Jornal de Angola constatou grande enchente na sede da Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade, na sua maioria de clientes do sistema pré-pago.
Joana dos Santos, moradora do São Paulo, disse sentir-se agastada com a situação, apelando à ENDE a resolução do problema o mais rápido possível. "Estamos a ser prejudicados, é bom que a ENDE faça algo, pois corremos o risco de perder muitas coisas”.
Caluquembe Zebedeu disse que vive em Cacuaco e está sem energia eléctrica há três dias, vendo, sem poder fazer nada, muitos produtos perecíveis a se estragarem. "Tivemos que vender alguns produtos e outros, infelizmente, deitar, por terem se estragado por falta de energia eléctrica”.
Albertina Kiluange, residente na zona do Camama, usuária do sistema pré-pago em casa e no local de serviço, disse que o carregamento terminou nos dois imóveis. "Estou há três dias sem energia, temos frescos na arca e na empresa as máquinas de costura funcionam à base de corrente eléctrica”.
Adriano Zeferino, morador do Rangel, disse sentir-se aflito, pois a regarga está no fim e nas agências da ENDE por onde passou não conseguiu ter acesso ao sistema de pagamento pré-pago.
Pedro de Carvalho, outro morador do Rangel, apela à Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade no sentido de criar alternativas para que os clientes não fiquem prejudicados.