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INE CONCLUI RECOLHA DE DADOS E PASSA  AGORA  PARA PROCESSO DE REPESCAGEM

  20 Nov 2024

INE CONCLUI RECOLHA DE DADOS E PASSA AGORA PARA PROCESSO DE REPESCAGEM

Mais de 77 por cento da população do país foi registada durante o Censo Geral da População e Habitação de 2024, anunciou terça-feira, em Luanda, o director-geral do Instituto Nacional de Estatística (INE). José Calengi explicou que as províncias com as taxas de cobertura mais elevadas incluem Lunda-Norte (112,1%), Benguela (110,0%), Lunda-Sul (109,9%), Cabinda (102,2%), Moxico (99,0%) e Cuanza Norte (91,7%).

“Esses resultados demonstram o empenho da população local e o esforço colectivo das brigadas no terreno”, sublinhou.

Repescagem e atendimento digital

Embora a recolha massiva tenha terminado, José Calengi ressaltou que ainda há áreas urbanas e rurais onde o trabalho está por concluir e o INE vai continuar o processo através de acções de repescagem e canais de atendimento ao público, com linhas telefónicas e plataformas digitais, para assegurar que nenhuma área fique de fora.

“A colaboração contínua dos cidadãos é crucial para garantirmos uma cobertura completa e um panorama estatístico preciso da sociedade angolana”, reforçou.

Este procedimento, se-gundo o director-geral do INE, não configura uma prorrogação do censo, mas, sim, “uma continuidade planeada dentro do período censitário”. Estima-se que a repescagem seja concluída dentro de um mês, adaptando-se às necessidades de cada província.

Etapa principal

Segundo o responsável, a recolha massiva, iniciada a 19 de Setembro e concluída ontem, representou a etapa principal do Censo. Entretanto, esclareceu, em algumas localidades urbanas, persistem lacunas que precisam de ser resolvidas.

“O Censo não termina com a recolha massiva. Esta é apenas uma etapa do processo. Vamos continuar a realizar acções específicas para alcançar as áreas em falta e completar a cobertura”, assegurou.

O gestor apelou à colaboração da população na identificação das linhas telefónicas para que nenhum agregado familiar fique fora deste importante exercício estatístico, essencial para o planeamento e desenvolvimento do país.

O director-geral do INE informou que a repescagem é fundamental para garantir a inclusão de todos os domicílios, especialmente aqueles identificados com papéis informativos, mas que não tiveram contacto directo com os recenseadores.

“Os domicílios que foram identificados com o papel informativo, mas estavam vazios no momento da visita, serão uma das prioridades durante o processo de repescagem” disse, reforçando que estes agregados familiares poderão entrar em contacto com as linhas disponibilizadas pelo INE para agendar o retorno das brigadas.

Dificuldades

O responsável referiu que durante o processo houve dificuldades com a ausência de agregados familiares no momento da visita dos recenseadores, onde também houve resistência por parte de alguns cidadãos em ceder informações.

“Houve complicações em áreas de difícil acesso e zonas com problemas de segurança pública, onde foram registados casos de agressão aos recenseadores”, lamentou, realçando que alguns condomínios impuseram restrições ao trabalho das brigadas do INE.

Apesar disso, José Calengi destacou o papel fundamental das parcerias estabelecidas com as igrejas, associações cívicas, administrações municipais e outros parceiros que integram a Comissão Multissectorial de Apoio ao Censo.

Análise dos dados

O INE, assegurou, dará continuidade à análise dos dados já recolhidos, enquanto vai intensificar os esforços para atingir as áreas ainda pendentes, a fim de garantir que todo o processo seja concluído com sucesso.

“Estamos comprometidos em concluir o Censo dentro do período censitário e, para isso, precisamos da colaboração de todos os cidadãos”, reforçou.

O director-geral do INE agradeceu, mais uma vez, a participação dos angolanos e reforçou que o sucesso do Censo depende do engajamento da população em fornecer informações completas e precisas.

Os resultados preliminares do processo censitário serão conhecidos dentro de quatro meses.

Problemas identificados

Inicialmente previsto para durar 30 dias (19 de Setembro a 19 de Outubro), o Censo Geral da População e Habitação de 2024 foi estendido por mais quatro semanas no final do período regular, devido a dificuldades operacionais que dificultaram o avanço em algumas regiões do país.

Na ocasião, o director-geral do INE, José Calengi, apontou, entre os problemas identificados, questões relacionadas com o pagamento das merendas para os recenseadores, a adaptação aos dispositivos tecnológicos utilizados no processo e as dificuldades de acesso às zonas mais remotas, agravadas pelo período chuvoso.

A recolha de dados, referiu, sofreu diversos constrangimentos nas duas primeiras semanas, o que exigiu uma avaliação cautelosa para garantir que nenhum angolano fique por recensear.

De acordo com o responsável, a operação envolve uma mobilização de grande envergadura, com recursos humanos e tecnológicos distribuídos por todas as províncias de Angola.

"O Censo não se trata apenas de uma contagem de habitantes, mas de um diagnóstico profundo da realidade social e habitacional do país", explicou, frisando a importância de garantir a máxima abrangência territorial para que os dados colhidos possam suportar futuras políticas públicas de forma eficaz. Apesar dos constrangimentos iniciais, 112 comunas fecharam concluíram o processo de recolha de dados nas primeiras quatro semanas.

Mais de 92 mil técnicos envolvidos no processo

Mais de 92 mil técnicos estiveram envolvidos no processo de Recenseamento Geral da População e Habitação 2024, iniciado a 19 de Setembro.

Isso incluiu assistentes técnicos provinciais, municipais, comunais e locais, informáticos regionais, municipais e comunais e agentes recenseadores.

No processo foram utilizados 68.040 tabletes, dos quais oito mil doados pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e 60.040 foram adquiridos pelo Estado angolano.

No primeiro Censo Geral da População e Habitação, realizado em 2014, foi apurado um total de 25.789.024 habitantes, dos quais 63 por cento residiam na zona urbana e 37 por cento na área rural.

A população angolana é constituída, maioritariamente, por mulheres, 13.289.983, correspondente a 52 por cento do total, enquanto a masculina é de 12.499.041, representando 48 por cento.

A província de Luanda é a mais populosa, com 6.945.386 habitantes, representando mais de um quarto da população do país. Seguem-se as províncias da Huíla (2.497.422), Benguela (2.231.385) e Huambo (2.019.555).

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