Fin Adviser

Todas Notícias > ANGOLA DEFENDE VALOR ACRESCENTADO DOS DIAMANTES NATURAIS

ANGOLA DEFENDE VALOR ACRESCENTADO DOS DIAMANTES NATURAIS

  27 Jun 2025

ANGOLA DEFENDE VALOR ACRESCENTADO DOS DIAMANTES NATURAIS

O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, disse, ontem, em Luanda, que o valor dos recursos do país deve ser promovido pelos angolanos e os operadores, principalmente para os diamantes naturais, para chegarem ao mercado internacional valorizados, porque só assim será possível reduzir a comercialização dos sintéticos.

O governante, que falava durante o encerramento do seminário sobre o estado actual da indústria diamantífera e as perspectivas para o futuro, organizado pela Endiama e que reuniu a nata da indústria diamantífera angolana, que teve como orador principal Martins Rapaport, expert da indústria diamantífera mundial, disse que todos os operadores em Angola devem trabalhar para que os diamantes angolanos saiam do país com valor acrescentado, ou seja, é hora de desenvolver a cadeia de produção de diamantes e reduzir a exportação de diamantes brutos.

Durante a sua intervenção, o ministro reconheceu que o que tem sido em prol dos interesses angolanos é desafiador, sobretudo no subsector dos diamantes, com as sanções americanas aos diamantes russos a interferirem negativamente na actividade da Sociedade Mineira de Catoca, a maior diamantífera angolana, que explora o quarto maior kimberlito do mundo.

Diamantino Azevedo referiu que as sanções americanas obrigaram o Governo a encontrar uma saída que foi a de negociar com os russos da Alrosa, que detinham 41% da estrutura accionista de Catoca, para que a empresa angolana continuasse a operar e que os diamantes angolanos chegassem ao mercado externo sem que fossem associados aos russos, ou seja, como que fossem de origem russa.

“Foi um trabalho árduo e necessário, para afastar os até então nossos parceiros na produção de diamantes em Catoca e no Luele”, disse o ministro.

Recorrendo à sua experiência na OPEP e percurso académico, disse que o controlo do mercado através da oferta não é o melhor método para aquecer o mercado.

Partindo desta realidade, o governante disse que muitos cartéis não sobrevivem ao tempo e acabam por se desmoronar. E acredita que uma das razões é a mentira existente nestes cartéis.

“A OPEP é um cartel, quer queiramos, quer não. E como todos os cartéis vive de quotas impostas. Não era Angola que ia ao encontro da quota, era a quota que vinha ao nosso encontro. Chegaria o momento em que teríamos de cortar a produção. E isso não seria justo para o país”, disse o ministro.

Preços em queda

O PCA da Endiama, Ganga Júnior, disse que, nos últimos três anos, os preços caíram, tudo devido à forte presença no mercado internacional dos diamantes sintéticos.

Foi a olhar para este e outros constrangimentos que o MIREMPET e as empresas Endiama e Sodiam desenvolveram uma série de actividades e assinaram vários protocolos com empresas de renome mundial, para o fortalecimento da cadeia de valor dos diamantes angolanos.

É neste sentido que, na primeira quinzena deste mês, as duas empresas entraram para o Conselho Mundial de Diamantes, uma instituição internacional vocacionada para o rastreio de todos os diamantes comercializados no mundo.

تشاندينهو