Os líderes das associações de produtores de frango e ovo das províncias do Cuanza-Sul, Benguela e Huíla juntaram-se nesta terça-feira, em Luanda, ao presidente nacional da agremiação, para apresentarem ao Governo um novo plano que visa responder à procura interna, com o qual propõem os caminhos do aumento da oferta junto dos pequenos e médios criadores de aves.
A ideia é garantir que cada criador de aves consiga atingir uma produção de até 25 mil pintos (que podem ser transformados em frango no período de 45 dias).De acordo com o presidente da Associação Nacional dos Avicultures (ANAVI) de Angola, Rui Santos, está feito o levantamento das necessidades e todo o trabalho de casa está em fase adiantada, visando uma resposta à altura das exigências do Governo e da economia nacional.
“Hoje, apresentamos um programa ao ministro de Estado para a Coordenação Económica, que nos deu luz verde para o seu seguimento, visando tirarmos o maior proveito da capacidade instalada. Temos, neste momento, uma capacidade para produzir 10 mil toneladas/ano de frango, faltando apenas que se tire proveito de facto de todas as condições existentes pelo país”, disse.
Para a concretização do programa de integração apresentado ao ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, a ANAVI precisa de um financiamento de 62 milhões de kwanzas (mais de 67 mil dólares).
À imprensa, o presidente da Associação de Avicultores da Huíla, Jones Alfredo, também director-executivo da TMAJ, disse que a província está com uma capacidade de produção com boa oferta, embora admita o baixo consumo por hábitos locais, situação que lhes permite escoar a maior parte da produção para outras localidades, casos de Luanda, Benguela e Namibe, por exemplo.
Disse que a província está a reestruturar os aviários e conta com um produtor que produz 50 mil frangos/dia.
O presidente da associação provincial da Huíla, também produtor, disse que se está a preparar para avançar ao nível de produzir até 25 mil frangos/dia em Agosto. A disponibilidade/dia actual dos produtores associados à ANAVI é de sete mil frangos por dia.
A necessidade de consumo local está estimada em 15 mil frangos/dia, o que significa que a oferta está ainda abaixo dos 50 por cento.
Visão do Governo
O ministro da Agricultura e Florestas, Isaac Maria dos Anjos, que esteve presente no encontro, disse estar em curso um trabalho de mapeamento e incentivo dos produtores nacionais, visando dar resposta à medida de redução das importações ao mesmo tempo que se dá oportunidade de a produção nacional acontecer.
“Estamos a pedir aos produtores e associações que se organizem melhor, para se ter, de facto, capacidade de abastecer o país, pois não há razões de continuarmos a ter dificuldades com o processo simples de produzir frangos. 35 dias são suficientes para se ter 1 200 gramas e 45 dias para se ter frango pronto para ser consumido”, disse.
De acordo com o ministro Isaac dos Anjos, aquilo que se faz lá fora pode e bem ser feito no país. Ou seja, precisam-se de empresas para produzir ração, empresas produtoras de pintos e empresas distribuidoras para que as pessoas possam ter facilmente acesso a 20 ou 25 mil galinhas e elas próprias tornarem-se produtoras de frangos e ovos, num processo simples e bastante dinâmico.