As obras do futuro Instituto de Anatomia e Medicina Forense no município da Camama, em Luanda, atingiu 60% de execução física.
Este dado foi avançado, neste domingo, durante a visita de constatação que a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta.
O Instituto de Anatomia e Medicina forense é um centro especializado que aplica conhecimentos das áreas da medicina e do direito para analisar corpos e vestígios, auxiliando a justiça na elucidação de crimes e noutras questões legais, incluindo a determinação da causa de morte, segundo um comunicado de imprensa.
Trata-se de uma vertente especializada da medicina legal que utiliza métodos científicos para recolher, analisar e interpretar evidências, como autópsias, exames tanatológicos e análises de DNA, oferecendo respostas periciais fundamentais para processos judiciais e investigativos.
Além do rigor técnico, estas instituições asseguram o tratamento digno dos corpos e oferecem condições adequadas para o acolhimento das famílias. Durante a visita, a Ministra sublinhou que o novo instituto permitirá um salto qualitativo no tratamento dos casos forenses no país.
"Estamos a criar um espaço moderno, com capacidade técnica e humana para garantir dignidade aos nossos cidadãos, mesmo após a morte. Aqui serão estudados e tratados corpos de pessoas que morrem em casa, na via pública, em acidentes e em outras circunstâncias que exigem perícia médico-legal", disse a ministra.
Para Sílvia Lutucuta, o objectivo é assegurar que cada família tenha respostas, condições de respeito e um ambiente apropriado para o reconhecimento e despedida dos seus entes queridos.
O projecto integra um conjunto amplo de infra-estruturas especializadas, incluindo área de autópsias, laboratório de DNA, salas de anatomia patológica, áreas técnicas de conservação, identificação e armazenamento, uma nova morgue equipada, salas de visualização, zona de descontaminação, reservatórios de água, uma estação de tratamento de águas residuais (ETAR), sala de média tensão e salas de geradores e transformadores.
Uma das grandes novidades do instituto será a instalação de um crematório, o primeiro deste tipo no país, ampliando as opções de gestão e destino final dos corpos, em respeito às necessidades das famílias.
No total, o edifício contará com 200 gavetas de armazenamento, áreas administrativas, espaços de atendimento ao público, recepção, salas de espera para familiares, serviço de registos e áreas laboratoriais de alta complexidade.