O ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, testemunhou, nesta quarta-feira, em Washington, a assinatura de um acordo de financiamento no valor de 753 milhões de dólares para a modernização e reabilitação do Corredor do Lobito.
O acto de financiamento do projecto estruturante para Angola e para a região da África Austral, bem como para a conectividade económica global, foi igualmente testemunhado pelo ministro dos Transportes, Ricardo D`Abreu, e pelo embaixador de Angola nos EUA, Agostinho Van-Dúnem.
De acordo com uma nota do Ministério dos Transportes a que o Jornal de Angola teve acesso, o financiamento foi assegurado pela US International Development Finance Corporation (DFC) e pelo Development Bank of Southern Africa (DBSA) a Lobito Atlantic Railway (LAR), concessionária responsável pela exploração da linha ferroviária, numa operação que constitui a primeira transacção entre Angola e a DFC e, simultaneamente, o maior financiamento alguma vez concedido pela DFC em África no sector.
O acordo destina-se à reabilitação e modernização de cerca de 1.300 quilómetros de linha férrea, ligando o Terminal Mineiro do Porto do Lobito ao Luau, na fronteira com a RDC. A operação inclui investimentos na via férrea, oficinas, sistemas de sinalização e material circulante, reforçando significativamente a capacidade, eficiência e fiabilidade do corredor logístico.
Para o ministro dos Transportes, Ricardo D’Abreu, este momento representa um marco estratégico para o país e para o continente africano. “Esta assinatura é um sinal claro de confiança internacional em Angola e na nossa capacidade de estruturar e executar projectos complexos com rigor, transparência e padrões de governação de classe mundial”, sublinhou.
O Corredor do Lobito é a rota ferroviária mais curta e directa para exportar minerais e produtos agrícolas da região mineira de Copperbelt (RDC e Zâmbia) para mercados globais via Oceano Atlântico, sendo um pilar crucial para a diversificação económica de Angola e a resiliência das cadeias de abastecimento, conectando o Atlântico ao Índico e atraindo investimentos internacionais significativos.
O projecto serve um portefólio diversificado de empresas mineiras, operadores logísticos e agentes económicos regionais, garantindo o escoamento de metais e minerais estratégicos para os mercados globais, através do porto de águas profundas do Lobito.
A linha férrea assume uma função relevante como porta de entrada de importações, consolidando o corredor como um catalisador do crescimento económico nacional e regional.
Segundo o ministro dos Transportes, o impacto do projecto vai ser notório para além da infra-estrutura ferroviária. “O Corredor do Lobito posiciona Angola como um pilar de estabilidade e de integração regional, transformando o país numa plataforma logística e de exportação com relevância estratégica para as maiores economias mundiais”, assegurou.
Num contexto global marcado pela necessidade de diversificação das cadeias logísticas e pelo reforço da resiliência económica, o Corredor do Lobito assume-se como um activo estratégico, projectando Angola como um parceiro credível, competitivo e integrado na economia global.
O Ministério dos Transportes reafirma que as próximas fases do projecto serão conduzidas com elevados padrões de conformidade, disciplina na execução e foco no desempenho, garantindo impacto económico e social duradouro para as comunidades, o país e para a região.