Nas ruas, mercados e paragens de táxi registaram-se, segunda-feira, uma grande movimentação, com cidadãos a regressarem à actividade laboral e comerciantes a abrirem as portas depois da festa de Natal.

Com uma temperatura de 29 graus Célsius, a equipa de reportagem saiu à rua para saber como foi vivido o Natal e quais são as expectativas da população para os próximos dias.

O trajecto do centro da cidade ao bairro São Paulo, passando pelo Miramar, fez-se dentro da normalidade, tendo sido verificado um trânsito fluído. As empresas, supermercados e agências bancárias funcionavam na normalidade, embora se tenha registado ligeira afluência aos caixas electrónicos.

Equipas de limpeza garantiram a higienização das ruas e jardins, apesar de não se ter verificado grandes quantidades de lixo como nas épocas natalícias passadas.

Procura por roupas para o réveillon

Em várias artérias da cidade de Luanda, era visível a procura por roupas brancas para as festas de réveillon. Este costume, leva muitas pessoas a procurarem os mercados, as boutiques e outros locais de venda.

Eliana Daniel, residente no bairro Golfe 2, deslocou-se até ao mercado de São Paulo para comprar roupas brancas para a passagem de ano. “Sempre celebro a passagem de ano com roupas brancas, porque simboliza paz e eu perspectivo só coisas boas para o próximo ano.

A jovem acrescentou que esta quadra festiva decorre num ambiente mais calmo em relação às passadas. “Está tudo mais calmo, possivelmente devido às dificuldades financeiras de algumas famílias”, relatou

. Produtos diversos

Adelaide Capindar, vendedora do Mercado de São Paulo, disse que, após a celebração do Natal, as vendas não mudaram muito relativamente ao período anterior. “Os preços mantêm-se estáveis. O fluxo de clientes aumentou um pouco, com destaque para a procura por trigo, chouriço e leite. Perspectivo para o próximo ano vendas melhores”, disse.

A realidade não foi a mes-ma para a comerciante de roupas Lúcia Matias, que também trabalha no Mercado de São Paulo há mais de cinco anos. “As vendas não andam muito bem, houve uma redução significativa do número de clientes em comparação com os anos anteriores. A minha expectativa para a passagem de ano é baixa, devido à fraca adesão da população ao mercado”, lamentou.

No Mercado dos Congolenses, a vendedora Bernarda Salvador disse que as vendas têm sido fracas, devido ao aumento dos preços dos produtos da cesta básica, que tem impactado no poder de compra das famílias. “Infelizmente, as vendas não foram boas na véspera do Natal, mas a expectativa é que melhorem na virada do ano, que costuma ter um número maior de clientes e que seja um bom ano”, disse.

Transportes públicos e de passageiros

Taxista há mais de 15 anos, Salvador Saiango contou que o fluxo de passageiros nesta época é normal, porém com menos movimento em relação aos anos anteriores.

No Largo Primeiro de Maio, a fila de passageiros para aceder aos transportes públicos com destino à Viana era longa, embora estejam envolvidos mais de 30 autocarros da Empresa de Transportes Colectivos e Urbanos de Luanda (TCUL) para garantir a mobilidade da população para aquela região.

Em diferentes pontos da cidade de Luanda, os espaços públicos e vias rodoviárias apresentavam um movimento moderado, típico do período pós-festivo. Agentes do Ministério do Interior (MININT) estiveram em prontidão em vários pontos, com vista a garantir a segurança dos cidadãos e a mobilidade no trânsito rodoviário.

Viagens para o interior

Desde a véspera do Natal, os bilhetes de viagem em várias operadoras de transportes interprovinciais estavam esgotados, devido à grande procura por parte de pessoas interessadas em celebrar as festas de natal noutros pontos do país.