Advertiu que têm mais risco de complicações pela infecção, recomendando a todos pacientes, em risco ou não, a cumprirem as mesmas orientações para evitar o contágio.

Para a especialista em Medicina Interna no Hospital Militar Principal de Luanda, convidada do “Conversas sobre Covid-19”, espaço de interacção com internautas das plataformas digitais do Centro de Imprensa Aníbal de Melo, quem tem diabetes não tem maior risco de se contaminar e sim maior risco de complicações pela infecção.

Esclareceu que a baixa imunidade está ligada à elevação do açúcar no sangue, não à falta de produção de insulina, como se especula, desaconselhando a auto-medicação nesta e noutras fases da vida, já que a pessoa com diabetes que está muito acima do peso também pode ter a imunidade afectada por causa da maior inflamação.

Manuela Sandes, PhD em Ciências Bioquímicas pela Universidade Frederick II de Nápoles (Itália), explicou que o risco de complicações pela Covid-19 é muito menor e quase similar ao dos cidadãos sem diabetes, desde que os níveis de açúcar no sangue estejam controlados, realçando que a gravidade aumenta para pessoas com ou acima de 60 anos de idade, pois além da diabetes há outras doenças associadas.

Sob o tema “Covid-19 e Diabetes Mellitus”, recordou que a Diabetes Mellitus é um quadro de hiperglicemia crónica, com distúrbios no metabolismo de carbo-hidratos, proteínas e de gorduras, e que resulta da deficiente secreção de insulina pelas células beta, resistência periférica à acção da insulina ou ambas, cujos efeitos crónicos incluem falência de órgãos, sobretudo nos sistemas renal, nervoso, cardíaco e venoso.

A pandemia que ainda está em curva ascendente do número de casos, na maioria dos países, assola e assusta a população global, por isso Manuela Sandes referiu que, mesmo que algum paciente de diabetes mellitus esteja infectado pela Covid-19, deve ter sua medicação regular e informou que as unidades hospitalares mantêm o atendimento.

O perfil epidemiológico de mortes pelo novo coronavírus mostra pessoas com hipertensão, diabetes, doenças pulmonares, cardíacas e idosos na maior parte dos casos, embora no mundo a estimativa de números confirmados seja 97% pacientes assintomáticos, leves e moderados; 2,5% graves ou severos e 0,4% críticos.