O ministro de Estado para a Coordenação Económica, que visitou, terça-feira, a Fazenda Marsiris, localizada no município do Luquembo, província de Malanje, enalteceu os esforços da mesma como forte exemplo na produção de arroz.
Manuel Nunes Júnior destacou, a propósito, que, apesar da fazenda iniciar as actividades em Outubro do ano passado, o resultado do empenho é visível. Neste momento, a produção, feita em 600 hectares, consagrou a colheita de 4 mil toneladas de arroz, um quadro que, conforme o ministro de Estado, está alinhado com os objectivos do Executivo, "na medida em que o arroz é um produto eleito para o Planagrão”.
"É um bom nível em termos de produtividade, sobretudo quando tivermos em consideração que a empresa tem a previsão de nos próximos três anos atingir a produção de aproximadamente 70 mil toneladas de arroz”, referiu Manuel Nunes Júnior.
Encorajou outras empresas a seguir o exemplo da Marsiris, porque "se tivermos mais fazendas a produzir com o mesmo nível de escala, com o mesmo nível de produtividade, podemos ver os objectivos do Planagrão alcançados”.
Acrescentou que "a fazenda é um bom exemplo daquilo que Angola pode fazer, sobretudo por se ter apostado no conhecimento, no saber fazer, na capacidade de realização das coisas importantes”.
O ministro de Estado para a Coordenação Económica, ao reconhecer a parceria da empresa de direito angolano com uma similar chinesa das mais especializadas na produção de arroz que há no mundo, disse que o paradigma que está a seguir deve servir de exemplo, "porque este é o caminho para sairmos rapidamente da grande importação que temos de vários produtos da nossa cesta básica e permitir, assim, baixar as importações, produzir internamente, ganharmos em termos de emprego e de impostos que entram para os cofres do Estado”. Referiu, também, que serve para "ganharmos em termos de desenvolvimento da sociedade, de forma global”.
Governador Marcos Nhunga destaca o potencial de Malanje
O governador da província de Malanje, Marcos Nhunga, destacou o empenho da fazenda que, em apenas seis meses da sua instalação no município de Luquembo, começou a apresentar resultados satisfatórios. Marcos Nhunga afirmou que isto demonstra que "Malanje tem potencial agrícola”.
"Antes de começarmos o Planagrão, Malanje já demonstrava que podia participar de forma muito forte a nível do Planagrão”, disse o governador, adiantando que, além da produção de arroz, a província também tem empresas que podem produzir milho e soja.
Ressaltou que a província de Malanje vai continuar nessa senda, na medida em que a agricultura cria riqueza para as populações.
Ministro da Agricultura: É um orgulho ver a dedicação dos jovens locais
O ministro da Agricultura, António de Assis, que integrou a caravana do ministro de Estado para a Coordenação Económica, reconheceu a transmissão de conhecimentos aos jovens locais que, em pouco tempo, assimilaram as técnicas e já lidam com os equipamentos de alta complexidade instalados na fazenda.
António de Assis pediu aos jovens para continuarem a dedicar-se ao trabalho, a fim de contribuírem para o desenvolvimento da região.
Ministro do Comércio e Indústria: A agricultura é a base e a indústria o factor decisivo
O ministro do Comércio e Indústria, Víctor Fernandes, que, para ilustrar o quadro, se socorreu da máxima de Agostinho Neto, o Fundador da Nação, disse que o resultado da Fazenda Marsiris representa o corolário daquilo que é o trabalho e a persistência que o Executivo tem demonstrado ao longo desses anos.
"Quando elegemos o Prodesi, a diversificação da nossa economia e a aposta na produção nacional, era esse o resultado que augurávamos. É exactamente por isso que o Governo criou esses três planos tão importantes, o Planagrão, o Planapecuário e o Planapescas. Os mesmos têm como objectivo potenciar esse tipo de actividade”, enfatizou o ministro Víctor Fernandes.
Gerente da empresa Marsiris: Investidos 5 milhões de dólares
Segundo a gerente da Marsiris, Sónia Morais, foram investidos 5 milhões de dólares (capital próprio) no projecto que está focado na produção de arroz em grande escala.
A responsável disse que a estimativa é alcançar, dentro de três anos, uma produção de 10 mil toneladas, numa altura em que os desafios estão alinhados com a preparação da próxima época agrícola, com 5 mil hectares, onde se prevê uma colheita de 30 mil toneladas de arroz.
A fazenda conta com 200 colaboradores, entre os quais cinco expatriados de nacionalidade chinesa.