O ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social considerou o 17 de Maio uma data importante para o “ecossistema” das telecomunicações e tecnologias de informação. Os desafios do Ministério, sublinhou, passam, entre outros, pela formação de quadros na futura Academia de Cibersegurança, lançada a semana passada.
Os técnicos, garantiu, estão a trabalhar na operacionalização da Academia, assim como na criação das condições técnicas do edifício e equipamentos, pelo que se espera em três ou quatro meses ter o edifício tecnologicamente preparado para dar início às acções de formação.
Mário Oliveira disse estar já em preparação todo o conteúdo programático. "Os técnicos estão engajados para encontrar os melhores prelectores e instrutores de nível internacional para dar formação aos mais jovens. É importante essa formação e massificação de conhecimentos, de formas a que o mercado angolano possa ter técnicos capazes de trabalhar nas empresas, indústrias, para uma futura independência digital”, defendeu.
O desafio, acrescentou, é ter uma classe de técnicos de elevado nível, ou seja, apostar na formação e dar corpo ao programa espacial e de digitalização do país, nos vários aspectos, desde o público ao privado, passando pelo desenvolvimento da Telemedicina. Pretende-se, ainda, que as telecomunicações e tecnologias de comunicação sejam um privilégio de todos os angolanos e da Nação em geral.
O ministro acredita que a data serve ainda para distinguir os cidadãos que, diariamente, contribuem para o desenvolvimento das telecomunicações e tecnologias de informação, encorajando-os a estudarem e a investigar mais para tornar Angola num país digital.
Função transformadora da informação nas sociedades
O Dia Mundial das Telecomunicações e da Sociedade da Informação, que é hoje celebrado, evidencia a função transformadora e estimulante das comunicações e da informação nas sociedades e a necessidade universal de se comunicar e cooperar através das fronteiras.
O dia serve para evidenciar o esforço promovido pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), a primeira organização intergovernamental do planeta, que ajudou a ampliar as actividades de desenvolvimento dos meios de comunicação à distância. Actualmente, a agência trabalha para coordenar o funcionamento dos meios de comunicação no mundo, tornando compatíveis, por exemplo, os diversos sistemas técnicos.
Sociedade da Informação
Se a noção de telecomunicações dispensa esclarecimento, o mesmo não ocorre com o conceito de Sociedade da Informação, a que o dia também se refere. O que é essa sociedade? Um produto da globalização, da integração das economias dos países do mundo que se desenvolveu a partir do fim da Segunda Guerra Mundial. É também resultado das revoluções tecnológicas das duas últimas décadas do século XX, em especial no campo das Telecomunicações e da Informática, que convergiram e possibilitaram a produção e difusão de informações numa escala jamais imaginada.
Entretanto, a Sociedade da Informação mais do que um estágio a que se chega é um processo em andamento. Para isso, tem contribuído especialmente o desenvolvimento da Internet, a rede mundial de computadores, que permite o acesso a esse fluxo ininterrupto de informações a qualquer pessoa que disponha de um computador e de um meio de conexão.
Além de possibilitar o surgimento de novas formas de comércio e prestação de serviços, a internet também tem tido grande impacto na vida quotidiana de milhões de pessoas, seja mudando os seus hábitos, seja aproximando-as por meio de uma possibilidade de comunicação rápida e relativamente barata.
Evolução da tecnologia
Em relação ao actual estado das Telecomunicações em Angola, o ministro considerou que está a evoluir, tendo em atenção um conjunto de projectos em progressão, como o satélite de observação da terra, a expansão da rede nacional de banda larga, o projecto da interligação africana com os países da região, de formas a potenciar os cabos submarinos.
A literacia digital, acrescentou, tem vindo a desenvolver-se e, com ela, a criar condições para que a Internet e os sistemas digitais estejam cada vez mais ao serviço da maioria dos cidadãos.
Em relação ao estado actual do Angosat-2, o ministro Mário Oliveira sublinhou que se encontra em estado avançado, tendo já experimentado todos os estágios, estando actualmente em órbita e a desempenhar o papel como meio de comunicação.
O Executivo, destacou, tem recebido convites de países africanos, interessados nos serviços propostos pelo Angosat-2. O Programa Espacial Nacional de Angola, adiantou, está a ser acompanhado por alguns países africanos, que têm solicitado apoio, sobretudo, países da região Austral e do Norte de África.
"Estamos perante duas situações: por um lado a comercialização, onde temos várias intenções de comercialização dos serviços no Angosat -2, por parte desses países, e temos também a experiência de países africanos, sobretudo da região, com interesse em conhecer o programa espacial nacional, no qual consta, além do Angosat-2, um segundo satélite de observação, que vai apoiar alguns sectores da economia nacional, em especial nos domínios da Agricultura e da Observação da Terra”, esclareceu.
A União Africana, avançou, está a dar passos para a constituição de uma Agência Espacial Africana. "Angola tem sido procurada por especialistas da União Africana, que estão a dirigir a criação dessa agência, na perspectiva de usarem a experiência do país”.
Nos últimos três anos, referiu, Angola tem vindo a liderar a equipa técnica do programa espacial da região da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), por intermédio do Gabinete de Gestão Espacial Nacional. "São esses ganhos que temos tido a nível do Programa Espacial Nacional, a par de outros como as questões da fibra óptica e a rede nacional de banda larga. Além disso, temos estado empenhados na criação de infra-estruturas básicas para que a sociedade, Economia, Indústria, Saúde e Agricultura possam utilizar os recursos das telecomunicações e tecnologias de informação em benefício nacional”, disse.