O Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE) promove, nesta terça-feira, em Luanda, um encontro sobre a privatização das unidades hoteleiras da Rede IU e BINA.
Localizadas nas cidades do Bengo, Saurimo, Tômbwa, Uíge e Soyo, os hotéis IU e BINA têm potencial para se tornar em verdadeiros centros de atracção de investimentos, emprego e mobilidade. Com esta iniciativa, essas cidades vão ganhar um novo protagonismo, por serem históricas, com uma cultura rica e, sobretudo, com uma população jovem e dinâmica à espera de oportunidades reais.
O evento conta com a presença de investidores nacionais e internacionais, decisores públicos, operadores turísticos e representantes do sector financeiro.
Segundo a nota do IGAPE, que o Jornal de Angola teve acesso, o modelo jurídico adoptado é o de cessão do direito de exploração e gestão com opção de compra futura, conforme estabelecido nas cláusulas contratuais. Trata-se de uma modalidade que permite ao investidor assumir a operação do activo, modernizá-lo e torná-lo rentável antes de decidir pela aquisição definitiva.
De acordo com o documento, esta abordagem visa reduzir riscos, proteger o interesse público e atrair operadores com capacidade técnica e financeira. A nota adianta que o procedimento será conduzido sob o regime de prévia qualificação, o que significa que apenas os candidatos com comprovado conhecimento técnico e capital compatível com o investimento necessário poderão ser habilitados.
Segundo a mesma nota, o adjudicatário assume não apenas a exploração comercial, mas também as responsabilidades operacionais e de reabilitação dos hotéis, conforme as condições específicas de cada imóvel.
“Este processo insere-se numa estratégia mais ampla de dinamização do sector do turismo, visto como uma das alavancas mais promissoras da diversificação económica”, lê-se na nota.
A privatização dos activos hoteleiros integra o Programa de Privatizações (ProPriv) que já permitiu a alienação de mais de uma centena de activos públicos desde 2019, gerando receitas e reduzindo encargos para o Estado, bem como criou dinâmicas de desenvolvimento local.
Para o IGAPE, o momento é de viragem qualitativa, mais do que vender activos. Aliás, o objectivo é transferir capacidades para o sector privado, que tem maior flexibilidade e vocação para operar com eficiência, atrair investimentos e impulsionar cadeias de valor em torno do turismo, da cultura e dos serviços.
As unidades hoteleiras apresentam tipologias diferenciadas, desde negócios urbanos a unidades turísticas regionais e, em muitos casos, encontram-se em localizações privilegiadas, com potencial para exploração imediata ou remodelação adaptada a novos conceitos de hospitalidade.
O encontro é um momento-chave para abrir um novo ciclo. Os interessados terão a oportunidade de conhecer os detalhes do concurso público, ouvir especialistas do sector, colocar questões directamente ao IGAPE e estabelecer contactos com potenciais parceiros.
“O turismo é um sector com alma. Requer sensibilidade, gestão e visão. E é isso que estamos a propor, uma parceria para transformar o potencial do país”.