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REORDENAMENTO DO COMERCIO MELHORA MOBILIDADE DE LUANDA

  08 Jun 2023

REORDENAMENTO DO COMERCIO MELHORA MOBILIDADE DE LUANDA

Semanas depois do início da terceira fase do Plano de Reordenamento do Comércio, vários pontos de Luanda têm apresentado melhorias significativas na mobilidade rodoviária e de transeuntes, em especial nos pontos antes considerados críticos, devido à venda desordenada em locais inapropriados.

A acomodação das vendedoras de rua para dentro dos mercados, com base numa ronda efectuada pela equipa de reportagem deste diário, está a ter também um impacto positivo na limpeza e no saneamento de vários pontos de Luanda.

No município de Belas, concretamente no distrito urbano do Benfica, com a terceira fase do Programa de Reordenamento do Comércio foi possível reduzir a venda ambulante no trajecto que liga a Via Expressa aos Ramiros.

Para a vendedora Joaquina de Oliveira, apesar de não haver muito espaço dentro do mercado, razão pela qual exercia a actividade na via pública, hoje a realidade é outra e está satisfeita com a iniciativa do GPL, apelando, por isso, às companheiras para aderirem ao projecto. "É preciso que todos ajudem a tornar a cidade mais organizada. Que todos os vendedores trabalhem nessa causa”.

Micael Didi, vendedor há mais de cinco anos, considera a iniciativa do GPL boa para as vendedoras, por ajudar a evitar muitos constrangimentos nas ruas de Luanda. "É de louvar a iniciativa, porque vender na rua é um perigo ao qual estamos sujeitos. Vender é no mercado, onde há condiçoes de segurança e higiénicas”.

Para Susana Francisco, a ideia do GPL de retirar as vendedoras das ruas é bem-vinda, apesar de temer que vendem pouco dentro do perímetro do mercado. "É bom as vendedoras estarem numa praça, por razões de segurança, mas muitos clientes estão acostumados a comprar os produtos na rua”, lamentou, além de aconselhar uma campanha massiva de sensibilização de forma a inverter o quadro.

A vendedora saudou a ideia do Governo Provincial de Luanda por ser benéfica para as vendedoras e apela às companheiras a aderirem. "A segurança deve estar acima de tudo. Dentro do mercado estamos isentas da exposição ao calor, ou às corridas regulares, atrás dos clientes”.

Olga Catenda, outra vendedora, também é das que acreditam estar mais segura dentro do mercado. "O espaço pode ser rentável, desde que as pessoas passem a recorrer ao mercado. Além disso, a organização é outra, ou a questão da higiene. Vender produtos num local asseado é bem diferente de o fazer na rua”, salientou.

Insólitos

Durante a ronda, ainda era notável algumas vendedoras a insistirem em permanecer na via pública, alegando falta de espaço dentro dos mercados. Nos municípios de Belas, Cazenga e Kilamba Kiaxi era visível a venda ambulante à beira da estrada e fora dos mercados, em determinados pontos. A insistência em vender na via pública, explicam algumas, deve-se à falta de espaço nesta zona, mas de acordo com os dados do GPL, alguns municípios têm espaços livres suficientes para albergar muitas das vendedoras.

O vendedor Pedro João afirma que o governo fez a escolha acertada, mas ainda continua a vender na rua por falta de espaço no mercado mais próximo. "No único local próximo de casa já não havia espaço. Tive de voltar a vender na rua, apesar de saber que é uma prática errada”, disse.

Vila do Gamek ao Golfe 2

No perímetro na Vila do Gamek em direcção ao Golfe 2 continua a haver venda ambulante à beira da estrada, principalmente no período nocturno, quando o controlo fica mais brando. Nesta altura, como constatou a reportagem do Jornal de Angola, regista-se um pico nesta zona. Cenário idêntico foi registado no bairro Palanca.

Pontos no Cazenga

No município do Cazenga constatou-se que algumas vendedoras insistem em permanecer nas ruas e fora do mercado. Com base nos dados do GPL, o município é dos que mais vagas tem, num total de 39.479 bancadas, espalhadas em 13 mercados.

Na via que dá acesso ao mercado do "Asa Branca” é visível a venda ambulante à beira da estrada, cenário idêntico é registado fora do mercado. Alguns vendedores alegam que dentro do mercado não conseguem vender os produtos. A procura é menor para eles.

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