O primeiro cabo submarino de fibra óptica, com 1.800 metros de cumprimento, proveniente da China, foi, quarta-feira, lançado na Península do Mussulo, província de Luanda, no âmbito do reforço da electrificação para três mil e 100 residências do município.

O representante da empresa Mark Cables, Elísio Augusto, responsável pela execução do projecto, explicou que as bobinas do cabo têm uma capacidade de produção de até 30 quilovolts de energia eléctrica.

O investimento, conforme realçou, é a segunda fonte de fornecimento de energia à localidade, em que a primeira foi no quadro do Projecto de Electrificação Rural, que marcou o ponto de partida da transformação da qualidade de vida das populações e para a exploração do potencial turístico do Mussulo.

“ Este projecto, em particular, está dentro de um contrato que inclui a electrificação de outras sedes municipais, como Cabo Ledo e Sangano. Numa primeira fase, o lançamento é feito no mar. No final da extensão do cabo, que são os 1800 metros, teremos uma plataforma flutuante, onde o cabo irá ficar pousado, enquanto fizemos a ancoragem da outra bobina de dimensões iguais para a união dos dois cabos”, explicou.

Elísio Augusto acrescentou que o trabalho de instalação do primeiro cabo submarino de electricidade no país vai ser executado num período de sete dias, até à sua conclusão.

O responsável da empresa Mark Cables declarou que o cabo de fibra óptica permite também a utilização de operadores de telefonia móvel fazerem a conexão, interligando a cidade de Luanda ao município do Mussulo.

A energia, que vai alimentar o cabo, esclareceu, sai da subestação do Morro Bento e vai atender à procura actual em algumas zonas da península do Mussulo.

Desenvolvimento

Por sua vez, o administrador municipal do Mussulo, Baudílio Vaz, realçou que o lançamento do projecto mostra que o Executivo está a desenvolver acções olhando para a perspectiva do crescimento sustentável e desenvolvimento socioeconómico da península.

A iniciativa, sublinhou, é um passo significativo para a garantia de infra-estruturas de base para suportar todos os investimentos feitos pelo Estado e dar suporte ao sector público e privado.

Baudílio Vaz destacou que o município vai ter mais 30 quilovolts de potência, o que significa que nos próximos cinco ou dez anos tudo aquilo que for investimento para o Mussulo será suportado com energia eléctrica de qualidade.

“O Município tem uma grande tendência de crescimento, é um território que ocupa uma dimensão de 75 quilómetros quadrados numa península coberta de água por todo o lado. E com a aprovação pelo Conselho de Ministros como zona de interesse turístico, vai ter uma grande procura de fortes investidores”, considerou.

O responsável salientou que a iniciativa do Governo Central em aumentar a capacidade de energia no Mussulo, vem dar resposta ao crescimento de longo e médio prazos do município, criado à luz da nova Divisão Político-Administrativa ( DPA).

Baudílio Vaz acrescentou que o município está coberto por 96 por cento de capacidade instalada para uma distribuição domiciliar de energia eléctrica, cujo acesso à internet é ainda deficitário, mas com a chegada do cabo submarino a situação vai melhorar.

Além disso, afirmou, com o aumento da capacidade de produção de energia eléctrica, vai haver um novo quadro de gestão, com serviços de qualidade e permanentes e a partir do próximo mês a empresa responsável pela cobrança de energia vai dar início ao processo de cobrança do serviço aos consumidores.

“ Todos os que tiveram energia desde Dezembro do ano passado até agora de forma gratuita, a realidade vai mudar e nos próximos dias passarão a pagar o que consomem e terão uma manutenção e supervisão de qualidade”, assegurou.

Água potável

Baudílio Vaz acrescentou ainda que a Administração Municipal tem em carteira um Plano Director que está em fase de conclusão, que será apresentado para a sua aprovação pelos órgãos competentes, para o início de execução, cujas acções prioritárias recaem para o sector das Águas.

Frisou que, no âmbito do projecto do sistema do BITA, a circunscrição vai beneficiar de uma rede de distribuição de água de 25 quilómetros para um universo de seis bairros numa primeira fase.

O Ministério de tutela, em coordenação com o Governo Provincial de Luanda, tem em carteira o lançamento de três projectos de distribuição de água que vão produzir cem mil litros por dia em três outros bairros do município do Mussulo.